De vilão a aliado: veja como o celular pode ajudar as crianças na pandemia

Sem a escola e em casa na maior parte do dia, como lidar com a saúde mental das crianças durante a pandemia? Aparelhos tecnológicos são uma saída desde que usados de forma consciente. Flexibilizar o seu uso neste momento pode ajudá-las. É o que acredita Carla Maria Dantas, especialista em Psicologia Social e trainee em análise bioenergética e psicologia clínica hospitalar no Hospital da Criança das Obras Sociais Irmã Dulce. Ela foi a convidada da live Saúde & Bem-Estar no Instagram do CORREIO apresentada pelo jornalista Jorge Gauthier nesta terça feira (25).
De acordo com Carla, “nesse momento, a relação das crianças com a tecnologia é um desafio porque, diferente de antes, hoje a recomendação é que a disponibilidade dos aparelhos seja mais flexibilizada”. Segundo ela, as crianças têm utilizado a internet de uma maneira que tem mais significado. Sem a escola no seu formato tradicional, o celular, tablet ou computador servem como alternativa para manter a socialização desde que seja feito com a supervisão de conteúdo por um adulto.
“Não adianta proibir e não dar outra alternativa”, diz a especialista. Ela orienta que sejam criadas outras atividades que possam substituir o uso das tecnologias em casa, junto com os cuidadores quando se tira o aparelho das crianças. Inclusive, é um ponto que a psicóloga considera fundamental para prevenir alterações significativas na saúde mental destas na pandemia: “é necessário abrir espaço para diálogo e buscar ter momentos com elas na rotina dos cuidados da casa e atividades de interesse da criança”, alerta.
As crianças devem ter um cuidador, um adulto próximo dentro de casa. Segundo Carla, “essa pessoa é responsável por observar e reconhecer reações emocionais dessas crianças. É esperado que o comportamento habitual delas seja conhecido por eles. É preciso, então, saber identificar o comportamento das crianças para notar se há e quais são as mudanças”. Assim, estabelecer um diálogo sincero com as crianças, adaptando a forma como a informação é passada de acordo com a idade e possibilidade de entendimento.
Além desse cuidados dentro de casa, a sociedade deve proteger as crianças também. A psicóloga cita a importância de políticas públicas e ações protetivas. “Existem agentes voluntários de saúde que fazem visitas familiar nas comunidades. É um caminho para proteger as crianças”, diz.
*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier