De olho na caçamba: saiba quanto custa manter as picapes mais vendidas na Bahia

Para lazer ou trabalho, as picapes se destacam pela versatilidade. As cabines podem ser simples ou duplas, algumas contam com tração 4x4 e câmbio automático

A força do agronegócio e dos serviços faz da Bahia um grande consumidor de picapes. Diferentemente do que acontece no mercado nacional, o quinto veículo mais emplacado no Estado no acumulado do ano é um utilitário, a Toro. O modelo da Fiat teve 1.243 unidades emplacadas neste ano, ficando atrás apenas do Chevrolet Onix (2.280), Ford Ka (1.493), Chevrolet Onix Plus (1.329) e Hyundai HB20 (1.281).

O ranking das cinco picapes mais emplacadas no mercado estadual segue com outro modelo da Fiat, a Strada, que ficou em segundo lugar. O veículo, produzido em Minas Gerais, teve 1.052 exemplares licenciados nos primeiros seis meses de 2020, seguido pela Toyota Hilux (608), Ford Ranger (552) e Chevrolet S10 (376).

Mas para ter uma Toro na garagem é preciso desembolsar pelo menos R$ 99.990, preço da versão Endurance com câmbio manual de cinco marchas e motor 1.8 litro flex. A opção mais completa custa R$ 171.990, valor pedido pela configuração Ultra, que tem motor 2 litros turbo diesel e transmissão automática de nove velocidades, além de diversos outros equipamentos de conforto e segurança.

A Strada, que acaba de ser lançada em nova geração, é considerada uma picape compacta, assim como a Volkswagen Saveiro e a Chevrolet Montana. Os preços do modelo da Fiat ficam entre R$ 63.590 e R$ 79.990, valores referentes à configuração Endurance, que tem cabine simples e motor 1.4 (88 cv), e à versão Volcano, que tem cabine dupla e motor 1.3 (109 cv). Todas as opções são oferecidas somente com transmissão manual.

Para levar uma Hilux é preciso gastar mais, o equivalente a duas Strada: R$ 130.190 é o preço inicial. Nesse caso, a picape é uma cabine dupla, com tração 4×2, câmbio manual e motorização 2.7 litros flex. Mas a Toyota oferece outras 12 opções para a picape média, que vão desde cabine simples sem a caçamba, que custa R$ 137.390, passando por uma configuração esportiva GR-S que pode utilizar um 4 litros V6 (234 cv) a gasolina (R$ 217.390) ou o 2.8 litros (177 cv) diesel (R$ 233.590).

Desde o lançamento da linha 2020, há um ano, a Ford optou por trabalhar apenas com motorizações a diesel. O propulsor 2.2 litros de quatro cilindros entrega 160 cv e o 3.2 litros de cinco cilindros oferece 200 cv de potência.

A opção mais barata no catálogo da Ranger cabine dupla é a XLS. Com motor 2.2, câmbio automático e tração 4×2, ela custa R$ 144.190. A configuração mais cara é a Limited, que utiliza o motor 3.2 associado a um câmbio automático e com tração 4×4. Saí por R$ 215.590.

Assim como a Toyota, a Chevrolet trabalha com propulsores diesel e bicombustíveis para sua picape, a S10. A opção mais barata é a Advantage com motor 2.5 flex. Com transmissão manual e tração 4×2, ela custa R$ 119.590. São mais de R$ 100 mil de diferença para a opção mais cara da linha, a High Country. Nesse caso, a picape tem traçao 4×4, câmbio automático e motor 2.8 diesel (200 cv). Custa R$ 213.290.

Manutenção programada

Depois de escolher a versão é preciso checar o custo de manutenção. O melhor parâmetro são as revisões programadas. Na configuração bicombustível as manutenções obrigatórias devem ser feitas no intervalo de um ano ou de 10 mil km e na motorização diesel deve ser feita a cada 20 mil km ou 12 meses. Para uma Toro flex, o custo médio para cada uma das seis primeiras é R$ 837,33. O valor médio para a seis primeiras da diesel é de R$ 1.368,67.

Para a Strada, com qualquer propulsor, a Fiat recomenda que as revisões obrigatórias sejam feitas com intervalos de 10 mil km ou 12 meses. Com motorização 1.4 Fire, o preço médio de cada uma das revisões da Strada é R$ 604. Com o propulsor 1.3 Firefly, o preço médio é R$ 572,67.

Antes de comprar verifique o preço das revisões no site do fabricante (Foto: VW)

Para a Hilux bicombustível com tração 4×2 o preço médio de cada uma das seis primeiras revisões, que devem ser feitas a cada ano ou 10 mil km, é R$ 936,18. Para as versões com motor diesel, que têm o mesmo intervalo programado para as manutenções, o preço médio é R$ 1.266,84. 

O preço médio de cada uma das seis primeiras revisões da Ranger 2.2 é R$ 954,16. Nas versões equipadas com o propulsor 3.2, o custo médio passa para R$ 1.022. A Ford recomenda que a manutenção seja feita a cada 10 mil quilômetros ou 12 meses, o que acontecer primeiro.

Na Chevrolet, a S10 4×2 flex tem um custo médio de R$ 858 para cada uma das seis primeiras manutenções. Para as versões equipadas com motor diesel, o preço médio das seis primeiras passa para R$ 1.004. Para os dois propulsores, vale a regra dos intervalos de um ano ou 10 mil km.

Custo da segurança

Para o preço do seguro, utilizamos como base um consumidor do sexo masculino, com 47 anos, casado, morador da Rua Aristides Novis, Federação, em Salvador, que vai utilizar o veículo para uso misto, sem bônus de um seguro anterior e com garagem em casa e no trabalho.

Com o apoio da Busca Vida Corretora de Seguros, simulamos o custo para a cobertura dos modelos citados nessa reportagem. Os valores de franquia são padrão – lembrando que há a opção de reduzida, o que aumenta o valor do seguro. Foram incluídos a cobertura de vidros, retrovisores, faróis e lanternas. A indenização para terceiros e pessoais são de R$ 100 mil cada. Não foi computado carro reserva e o valor da indenização em caso de roubo ou perda total contempla 100% da tabela Fipe.

O preço do seguro pode variar bastante, faça uma cotação prévia (Foto: Newspress)

Dentro dos parâmetros citados, o preço do seguro pela Bradesco da Toro mais barata é R$ 2.054,65 e a franquia custa R$ 6.432. Para a versão Ultra da picape, a melhor opção foi encontrada pela Tokio Marine: R$ 3.714,25 o seguro e R$ 5.475,75 da franquia.

Para a Strada, a melhor opção para a versão de entrada foi encontrada na Porto Seguro: R$ 2.657,44 pelo seguro e R$ 3,789 pela franquia. Para o topo de linha, a melhor opção foi pela Tokio Marine: R$ 2.219,17 (seguro) e R$ 3.349,50 (franquia).

Para a versão mais barata da Toyota Hilux a melhor cotação para o seguro é de R$ 3.641,51, com franquia de R$ 8.993,68. Para as versões GR-S, os preços do seguro são R$ 5.749,34 (diesel) e R$ 5.605,83 (gasolina). As franquias são R$ 15.856,52 e R$ 15.839,28, respectivamente. Desse veículo em diante as melhores cotações foram da Tokio Marine.

A Ranger de entrada tem a melhor cotação do seguro em R$ 3.394,72 e a franquia taxada em R$ 4.841,55. Para a Limited, o seguro passa para R$ 3.662,83 e a franquia pelo mesmo valor: R$ 6.300.

Por fim, a S10. Para a versão mais barata, o seguro custa R$ 2.571,83 e para a mais cara sai por R$ 3.916,39. Para ambas o valor da franquia é igual: R$ 5.250.

Algumas seguradoras não oferecem cotações sem a inclusão do número do chassis do veículo, por isso, não apareceram nessa pesquisa.

No posto

Saber quantos quilômetros você irá rodar mensalmente é importante para definir o seu custo mensal. Utilizando como base o programa de etiquetagem veicular do Inmetro, levantamos o consumo das cinco picapes mais vendidas esse ano na Bahia.

Enquanto a Toro com motor diesel faz 9,9 km/l na cidade e 12,3 km/l na estrada, a flex consome bem mais. Com etanol, faz 6,4 km/l no trânsito urbano e 7,8 km/l em estradas. Com gasolina, a aferição revela 9,5 km/l na cidade e 11,2 km/l na cidade.

A Strada 1.4, que utiliza um motor mais antigo, faz com etanol 8,3 km/l no ciclo urbano e 8,8 km/l na estrada. Com gasolina, a média melhora para 11,8 km/l na cidade e 12,4 km/l na estrada. O propulsor 1.3 é mais moderno e econômico. Com etanol, faz 8,4 km/l na cidade e 9,4 km/l na estrada. Com gasolina, são 12,1 km/l na cidade e 13,3 km/l em rodovias.

A Hilux SR faz com etanol 4,6 km/l na cidade e 5,6 km/l na estrada. Com gasolina, o consumo urbano passa para 6,6 km/l e na estrada chega aos 8 km/l. A configuração GR-S a diesel faz 9 km/l na cidade e 10,5 km/l em rodovias. Já a GR-S a gasolina faz 6 km/l na cidade e 7,6 km/l na estrada.

Faça uma estimativa de quanto roda por mês para ter ideia do gasto com combustível (Foto: Newspress)

Sempre com diesel, a Ranger XL 2.2 faz 10,3 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada. A Limited, equipada com o motor 3.2 litros, faz 8,6 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada.

A Chevrolet S10 Advantage é flex e faz, com etanol, 5,6 km/l na cidade e 6,4 km/l na estrada. Com gasolina, a média passa para 8,4 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada. A High Country, que usa o motor a diesel, faz 8,7 km/l na cidade e 10,6 km/l em rodovias.

É bom lembrar que essa é uma expectativa de consumo e diversas situações podem influenciar na economia de combustível. Desde a manutenção até a forma de condução do veículo.

Antes de comprar

Além dos custos, é importante observar alguns detalhes:

– Sua garagem tem espaço para uma picape?

– É necessário ter tração 4×4?

– Vai transportar peso e/ou volumes?

Faça uma planilha da sua real necessidade, pois se não houver algo específico, lembre-se que uma picape é um veículo feito prioritariamente para transportar objetos. Ou seja, esse é o seu compromisso primordial. O conforto vem em segundo lugar.

Outro ponto importante: se você tem empresa ou é um produtor rural, procure o setor de vendas diretas das concessionárias. É possível conseguir até 20% de desconto nessas modalidades.