Curador do MOMA exalta beleza da Festa de Iemanjá

A obra Bori Cabeça de Yemanjá, de Ayrson Heráclito

Os artistas visuais baianos Ayrson Heráclito, Nadia Taquary e Aline Mota estão expondo suas obras no projeto Searching for Iemanjá, exposição multimídia organizada por Thomas J. Lax, curador do departamento de Mídia e Performance do Museu de Arte Moderna de Nova York (MOMA), que apresenta as origens e peculiaridades da Festa de Iemanjá, em Salvador.

Lax esteve na capital baiana em fevereiro deste ano, antes da pandemia do novo coronavírus, e participou da festa em homenagem à Rainha do Mar. Num artigo publicado no site do MOMA, ele narra a experincia antropológica. Viu a galera na rua na véspera da festa, acordou cedo para assistir a alvorada, entrou na fila do presente e testemunhou as manifestações de fé nas areias da Praia da Paciência.

No seu texto, há muito do que o soteropolitano já conhece. Da escassez de peixe em 1923 ao pedido de ajuda a Iemanjá feito pelos pescadores de então. O ‘milagre’ ocorreu e o presente para a sereia nunca mais deixou de ser colocado nas águas. Guiado por Ayrson Heráclito, Thomas conheceu os curadores Thiago de Paula Souza e Diane Lima e a artista Rebeca Carapiá.

Obra Dinka Yemanjá, de Nadia Taquary (foto/Sérgio Benutti)

Em sua narrativa, Lax fala das obras de Pierre Verger, Carybé e Jorge Amado que citam a Rainha do Mar mas não se prende à narrativa imagética tradicional. Daí, as obras de Heráclito, Taquary e Mota ganharem voz. 

“Salvador está repleta de promessas de reencontro. Aqui, a ideia da África serve como um portal quase onipresente para a identidade negra”, resume. A primeira parte da narrativa dele está aqui.