Copa do Brasil 2010: por onde anda o time de guerreiros dez anos depois?

Elenco do Vitória na final da Copa do Brasil 2010 contra o Santos no Barradão

A conquista de um título é sempre o momento mais valorizado no futebol, mas há times que marcam também na derrota. E o que aconteceu com o Vitória na Copa do Brasil de 2010 foi exatamente isso: mesmo perdendo a final para o Santos de Neymar, Robinho e Ganso, o Leão registrou momentos que o torcedor que foi a algum jogo daquela campanha jamais esquecerá. O “time de guerreiros” não ganhou esse apelido à toa: aquele elenco sem grandes estrelas, que tinha como virtude a força do conjunto, foi imbatível no Barradão, onde ganhou todos os seis jogos realizados e construiu uma sinergia com a arquibancada que fazia diferença no campo. Na próxima semana, a decisão disputada nos dias 28 de julho e 4 de agosto de 2010 completará dez anos, e o CORREIO aproveita para revelar o que aconteceu com os 28 jogadores e o técnico Ricardo Silva uma década depois.

Viáfara (goleiro)
O ídolo aposentou em 2015, pelo Vitória da Conquista, e mora nos Estados Unidos, onde tem uma escolinha de futebol. Através das redes sociais, está sempre conectado com o torcedor rubro-negro. Uma curiosidade: apesar de ser goleiro, o colombiano marcou três gols na campanha da Copa do Brasil 2010. Está com 42 anos.

Foto: Reprodução / Instagram

Nino Paraíba (lateral direito)
Ficou no Vitória até 2015, quando saiu para o Avaí. Aos 34 anos, está no rival Bahia desde 2018.

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Wallace (zagueiro)
Está no Göztepe, da Turquia, aos 32 anos. Na campanha da Copa do Brasil, escreveu uma carta à torcida do Vitória antes da final, que você pode ler clicando aqui. Deixou o clube no final de 2010, vendido ao Corinthians. Jogou no Vitória novamente em 2017 e nas três partidas iniciais de 2018.

Foto: Göztepe / Divulgação

Anderson Martins (zagueiro)
Zagueiro do São Paulo, clube que defende desde 2018. Saiu do Vitória no final da temporada 2010 para defender o Vasco. Tem 32 anos.

Foto: Rubens Chiri / SPFC

Egídio (lateral esquerdo)
O lateral esquerdo titular na campanha da Copa do Brasil 2010 está com 34 anos e hoje defende o Fluminense.

Foto: Lucas Merçon / Fluminense

Vanderson (volante)
Referência do time e ídolo do clube, que defendeu de 2007 a 2010, o volante aposentou em 2016, no Democrata-MG, e virou treinador. Até o momento, trabalhou só no Pará, seu estado natal, onde iniciou a nova carreira nas categorias de base do Paysandu. Neste ano, Vanderson treinou dois times no Campeonato Paraense: primeiro o Independente e depois o Carajás até a pausa forçada pela pandemia. Tem 40 anos.

Vanderson, à direita, quando treinava o Independente, do Pará
Foto: Independente / Divulgação

Uelliton (volante)
É jogador da Cabofriense-RJ, que disputou o Campeonato Carioca e se prepara para a Série D do Brasileirão, que começa em setembro. Está com 32 anos.

Foto: Cabofriense / Divulgação

Bida (meia)
Prejudicado pela pandemia do novo coronavírus, ainda não trabalhou em 2020. Seu último clube foi o Olímpia, no ano passado, quando disputou a segunda divisão do Baiano. “Este ano não joguei. Estou daquele jeito: para, mas não para. Quando aparece alguma coisa a gente vai. Aí se não aparece fico em casa”, conta Bida, por telefone, de Goiânia, onde está morando.

Bida ao lado da esposa
Foto: Reprodução / Instagram

Ramon (meia)
O ídolo rubro-negro virou treinador e, desde março, assumiu o Vasco, outro clube onde também pode ser chamado de ídolo. Defendeu o Vitória em duas passagens, em 1994/95 e de 2008 a 2010. Aposentou como jogador em 2013, na Cabofriense, e está com 48 anos.

Foto: CR Vasco da Gama / Reprodução Instagram

Elkeson
O garoto promissor de 2010 deu uma guinada exótica em sua carreira em 2013, quando foi jogar na China. Sete anos depois, hoje é um grande ícone do futebol no país asiático, naturalizou-se chinês e ganhou até nome novo: Ai Kesen. Defende o Guangzhou Evergrande e tem planos de classificar a seleção local para a Copa do Mundo 2022. Tem 31 anos.

Foto: Reprodução / Instagram

Júnior (atacante)
O centroavante passou só uma temporada no Vitória, o suficiente para ganhar o apelido ‘Diabo Loiro’. Encerrou a carreira em 2016, no Jacuipense, no ano seguinte treinou o Tiradentes-CE, mas não seguiu carreira. Tem 44 anos e mora em Fortaleza, sua terra natal.

Um dos hobbies de Júnior é surfar
Foto: Reprodução / Instagram

Ricardo Silva (treinador)
Foi o comandante do time em todos os 12 jogos da campanha da Copa do Brasil numa temporada em que o Vitória teve outros três técnicos – Carpegiani, Toninho Cecílio e Antônio Lopes. Curiosamente, perdeu o cargo apenas cinco dias após a final contra o Santos. Apesar do início extremamente promissor, a carreira não deslanchou e Ricardo perambulou por times pequenos do estado, o último deles o Jequié, no ano passado. Está sem clube e tem 54 anos.

Ricardo Silva quando treinava o Atlântico, em 2018
Foto: Atlântico / Divulgação

Lee (goleiro)
Seu único jogo na campanha foi justamente na final, quando Viáfara estava suspenso e ele defendeu um pênalti de Neymar na derrota por 2×0 na Vila Belmiro. Na atualidade, Lee defendia o Tubarão-SC até antes da pandemia. O contrato expirou no final de abril e não foi renovado para a sequência do Campeonato Catarinense, em que o time disputará o playoff do rebaixamento contra o Concórdia. Tem 32 anos.

Foto: Tubarão / Divulgação

Marcos Pimentel (lateral direito)
Seu último clube foi o Flamengo do Piauí, de onde saiu no final de 2018. Aos 36 anos, não foi localizado para confirmar se encerrou a carreira.

Foto: Wenner Tito / Globoesporte.com

Gabriel Paulista (zagueiro)
Deixou o Vitória em 2013 direto para o Villarreal, da Espanha. Passou pelo Arsenal, da Inglaterra, e está novamente na Espanha, onde defende o Valência há três temporadas. As únicas partidas dele na Copa do Brasil 2010 foram na final, entrando no decorrer tanto no jogo de ida quanto no de volta. Tem 29 anos.

Foto: Valencia / Divulgação

Reniê (zagueiro)
É titular do Mirassol, que decide a classificação para as quartas de final do Campeonato Paulista neste domingo (26), e já está acertado com o Operário-PR para a disputa da Série B do Brasileirão, a partir de 7 de agosto. Tem 31 anos.

Foto: Reprodução

Vilson (zagueiro)
Outro que encerrou a carreira precocemente. Parou aos 30 anos, no final de 2018, após passar a temporada inteira sem conseguir jogar pelo Corinthians por causa de uma lesão no joelho. Hoje é gerente de futebol do clube paulista. Tem 32 anos.

Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Rafael Granja (meia)
Era na prática o lateral esquerdo reserva na campanha de 2010. Está com 36 anos e disputou a edição atual do Campeonato Baiano pelo Fluminense de Feira. No dia 10 de julho, foi contratado pelo Freipaulistano, que vai disputar a Série D do Brasileirão.

Foto: Reprodução / Instagram

Neto Coruja (volante)
Volante promissor quando foi promovido da base do Leão, Neto Coruja conviveu com sucessivas lesões como profissional e encerrou a carreira precocemente em 2016, aos 28 anos. Está com 33 atualmente.

Neto Coruja tratando uma lesão quando jogava pelo Vitória, em 2010
Foto: Evandro Veiga / CORREIO

Fernando (meia)
Aposentou no final de 2010 pelo Vitória, mesmo clube pelo qual estreou com 18 anos, em 1996, e onde se destacou na campanha semifinalista do Brasileirão de 1999. Parou de forma precoce (tinha 32 anos) devido a uma lesão na cartilagem no joelho. Atualmente tem 42 anos.

Fernando em imagem de 2010, na Toca do Leão
Foto: Andréa Farias / CORREIO

Renato (meia)
Encerrou a carreira precocemente, em 2014, no Paulista. Está com 35 anos agora.

Renato em ação pelo Vitória em 2010
Foto: Robson Mendes / CORREIO

Neto Berola (atacante)
Reserva sempre utilizado no decorrer dos jogos, Neto Berola hoje defende o América Mineiro. Sofreu uma lesão de ligamento no joelho direito e ainda não jogou em 2020. Está com 32 anos.

Foto: Mourão Panda / América-MG

Schwenck (atacante)
Aposentou no final de 2018, pelo Marcílio Dias, e no mesmo clube catarinense iniciou a carreira de treinador nas divisões de base, sua função atual. Tem 41 anos.

Foto: Reprodução / Instagram

Valmir (lateral esquerdo)
Está com 33 anos e seu último clube localizado pela reportagem foi o Mogi Mirim, em 2018.

Valmir ao ser contratado pelo Vitória em 2010
Foto: EC Vitória / Divulgação

Maurim (lateral esquerdo)
O último clube localizado pela reportagem foi o Paranavaí-PR, em 2018. Está com 32 anos.

Foto: Paranavaí / Divulgação

Marconi (volante)
Promessa da base na época, não chegou a ter muitas chances no time profissional rubro-negro. Depois de rodar por times menores da Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará e Piauí, neste ano ele veste a camisa do Floresta. A equipe foi rebaixada no Campeonato Cearense e vai jogar a Série D do Brasileiro a partir de setembro. Idade: 32 anos.

Foto: Ronaldo Oliveira / Floresta EC

Kleiton Domingues (meia)
O irmão de Leandro Domingues joga no Fluminense de Feira, que termina sua participação no Campeonato Baiano neste domingo (26). Tem 32 anos.

Foto: Reprodução / Instagram

Adailton (atacante)
O garoto contratado pelo Vitória da base do Fortaleza está no Japão desde 2015. Ficou no Jubilo Iwata até o ano passado e agora defende o Tokyo. Tem 29 anos.

Foto: FC Tokyo / Divulgação

Bambam (atacante)
Aos 29 anos, está sem clube nesta temporada. No ano passado jogou pelo Concórdia, que conquistou o acesso à primeira divisão do Campeonato Catarinense.

Bambam chegou a jogar no Ergotelis, da Grécia
Foto: Divulgação

A campanha do Vitória:

24/2 Primeira fase – ida
Corinthians-AL 3×1 Vitória

Escalação: Viáfara, Nino, Wallace, Anderson Martins e Valmir (Rafael Granja); Vanderson, Uelliton, Bida (Júnior) e Ramon; Schwenck e Neto Berola (Adaílton). Técnico Ricardo Silva.

Gols: Yannick, aos 30; Ramon, aos 35; Catanha, aos 37; e Tozin, aos 45 minutos, todos do 2º tempo.

10/3 Primeira fase – volta
Vitória 4×0 Corinthians-AL

Escalação: Viáfara, Nino, Wallace, Anderson Martins e Egídio; Neto Coruja (Reniê), Uelliton, Elkeson e Ramon (Renato); Júnior e Adailton (Schwenck). Técnico Ricardo Silva.

Gols: Júnior, aos 43 minutos do 1º tempo; Renato, aos 26, Uelliton, aos 32, e Viáfara, aos 38 do 2º tempo.

Observação: neste jogo Viáfara fez seu primeiro gol pelo Vitória

17/3 Segunda fase – ida
Náutico 0x1 Vitória

Escalação: Viáfara, Nino, Wallace, Anderson Martins e Egídio; Vanderson, Uelliton, Bida (Neto Coruja) e Renato (Kleiton Domingues); Elkeson (Neto Berola) e Schwenck. Técnico Ricardo Silva.

Gol: Bida, aos 39 minutos do 2º tempo

31/3 Segunda fase – volta
Vitória 5×0 Náutico

Escalação: Viáfara, Nino, Wallace, Reniê e Egídio; Vanderson, Uelliton (Neto Berola), Bida (Marconi) e Ramon (Renato); Elkeson e Júnior. Técnico Ricardo Silva.

Gols: Ramon, aos 26 minutos, Júnior, aos 39, Nino, aos 45 do 1º tempo; Elkeson, aos 15, Renato, aos 41 do 2º tempo.

15/4 Oitavas de final – ida
Vitória 4×0 Goiás

Escalação: Viáfara, Nino, Reniê, Wallace e Egídio; Vanderson, Fernando (Neto Berola), Bida (Neto Coruja) e Ramon; Júnior (Schwenck) e Elkeson. Técnico Ricardo Silva.

Gols: Ramon, aos 22; Júnior, aos 28; Bida, aos 31; e Schwenck, aos 45 minutos, todos no 2º tempo.

21/4 Oitavas de final – volta
Goiás 2×2 Vitória

Viáfara, Nino (Marcos Pimentel), Reniê, Wallace (Vilson) e Egídio; Vanderson, Uelliton, Bida e Renato; Júnior e Elkeson (Fernando). Técnico Ricardo Silva.

Gols: Felipe, aos 5; Uelliton, aos 17; Fernandão, aos 32; e Júnior, aos 41 minutos, todos no 1º tempo.

28/4 Quartas de final – ida
Vitória 2×0 Vasco

Escalação: Viáfara, Marcos Pimentel, Reniê, Vilson e Egídio; Vanderson, Uelliton, Bida e Renato (Neto Berola); Júnior (Schwenck) e Elkeson (Neto Coruja). Técnico Ricardo Silva.

Gols: Renato, aos 39 minutos do 1º tempo, e Neto Berola aos 39 minutos do 2º.

5/5 Quartas de final – volta
Vasco 3×1 Vitória

Escalação: Viáfara, Marcos Pimentel, Reniê, Wallace e Egídio (Rafael Granja); Vanderson, Neto Coruja, Uelliton e Bida; Júnior (Vilson) e Neto Berola (Schwenck). Técnico Ricardo Silva.

Gols: Magno, aos 11 minutos, e Viáfara, aos 20, ambos no 1º tempo; Ramon, aos 3, e Carlos Alberto, aos 31, ambos no 2º tempo.

12/5 Semifinal – ida
Atlético-GO 1×0 Vitória

Escalação: Viáfara, Neto Coruja, Reniê, Wallace e Maurim; Vanderson, Uelliton, Bida e Elkeson; Júnior e Neto Berola (Bambam). Técnico Ricardo Silva.

Gol: Rodrigo Tiuí, aos 9 minutos do 2° tempo.

19/5 Semifinal – volta
Vitória 4×0 Atlético-GO

Escalação: Viáfara, Nino, Reniê, Wallace e Egídio; Vanderson, Uelliton, Bida (Neto Coruja), Ramon (Neto Berola) e Elkeson (Renato); Júnior. Técnico Ricardo Silva

Gols: Uelliton, aos 29 minutos, e Júnior, aos 33 do 1º tempo; Júnior aos 45 e Viáfara aos 50 minutos do 2º tempo.

28/7 Final – ida
Santos 2×0 Vitória

Escalação: Lee, Rafael Granja (Bida), Wallace, Anderson Martins e Egídio; Vanderson, Neto Coruja, Fernando (Gabriel Paulista), Ramon (Renato) e Elkeson; Schwenck. Técnico Ricardo Silva.

Gols: Neymar, aos 14 minutos do 1º tempo; Marquinhos, aos 38 do 2º.

4/8 Final – volta
Vitória 2×1 Santos

Escalação: Viáfara, Nino (Gabriel Paulista), Wallace, Anderson Martins e Egídio; Neto Coruja, Bida (Adailton), Ramon (Renato) e Elkeson; Júnior e Schwenck. Técnico Ricardo Silva.

Gols: Edu Dracena, aos 44 minutos do 1° tempo; Wallace, aos 13, e Júnior, aos 32 minutos do 2°.