Conselho Federal de Administração cria Comissão da Mulher para apoiar e capacitar empreendedoras

Há exatos 55 anos a profissão de administrador(a) foi regulamentada no Brasil, e, em 1º de setembro último, o Conselho Federal de Administração criou a Comissão Especial ADM Mulher, para apoiar e capacitar as mulheres empreendedoras. Elas ainda não são maioria quando se trata de empreender, mas estão cada vez mais perto de alcançar os mesmos números que os homens – dos mais de 546 mil Microempreendedores Individuais (MEIs) na Bahia, 46% são mulheres, segundo o Portal do Empreendedor.
A Comissão da Mulher tem como uma das presidentes a administradora Tânia Dias, que preside hoje o Conselho Regional de Administração da Bahia (CRA-BA). Ela explica que a ideia é dar as ferramentas para as mulheres que queiram empreender, além de dar apoio àquelas que já estão com suas empresas montadas.
“Queremos trazer mais visibilidade às mulheres, porque sempre estivemos na linha de trás. A partir dessa Comissão, vamos criar cursos que gerem melhoria no processo de gestão para pequenas empreendedoras, colocando seu trabalho a serviço do que está no mercado. Também vamos dar apoio a movimentos que já existem e promover capacitações”, explica Tânia Dias.
Nova grade curricular
Nessa lógica de incentivar os(as) profissionais de administração a empreenderem, os Conselhos Regionais de Administração – que têm a função de fiscalizar e propor mudanças na formação dos administradores – sugeriu ao Ministério da Educação atualizações na grade curricular dos cursos de Administração do Brasil, que foi modificada pela última vez em 2005.
O objetivo é torná-la mais prática e deixar a teoria em segundo plano. “Não adianta ter uma matéria muito bonita e não ter a prática. Vamos incluir, por exemplo, projetos que abranjam a criação de empresas, a partir do desenvolvimento de competências e habilidades”, explicou Tânia, integrante da Comissão que propôs as novas Diretrizes Nacionais do curso, aprovado pelo Conselho Nacional de Educação em julho deste ano.
As instituições de ensino terão até três anos para implementá-las e outra novidade é que, com a reforma curricular, há a possibilidade da aplicação de conteúdos regionais que mais se adequem à realidade que estão inseridas. A aposta de Tânia é explorar o agronegócio do oeste baiano, assim como as novas tecnologias que surgem nesse meio.
Número de MEIs na Bahia, segundo o Portal do Empreendedor:
Total: 546.204
Homens: 294.193 (54%)
Mulheres: 252.011 (46%)
*Sob orientação da subeditora Clarissa Pacheco