Com reabertura da Rodoviária, ambulantes e taxistas esperam reduzir prejuízos

Antes da interdição do local, profissionais faziam medição de temperatura como ação preventiva contra a covid-19

Conforme o governador Rui Costa anunciou na última sexta-feira (7), a Rodoviária de Salvador será reaberta, nessa segunda (10), para ônibus metropolitanos e interurbanos para cidades de até 100 km da capital – ao todo, são 42 destinos. O retorno das atividades no terminal, que ocorre após quatro meses, deve beneficiar o mercado informal do local e os motoristas de táxi, que devem passar a transportar mais clientes.

Na véspera da volta, neste domingo (9), a rodoviária ainda estava fechada com grades e vigiada por seguranças. Apesar disso, no local, taxistas e ambulantes ansiosos pelo retorno foram conferir se já havia algum movimento antes mesmo da abertura oficial do espaço. 

Para quem vive da renda gerada pelo fluxo de milhares de pessoas que passam pelo terminal rodoviário soteropolitano, a notícia da reabertura é um alívio.

Tibúrcio da Paz, 52 anos, é taxista e afirmou que o fechamento da rodoviária teve consequências negativas para sua renda. Para ele, que trabalha transportando as pessoas que saem do terminal, o período de interdição foi um momento de aperto financeiro.

“Para toda a classe de taxistas isso foi horrível. Eu, como taxista, sofri bastante com a interdição da rodoviária e a ausência de pessoas para pegar táxi. Sem ônibus, não tem gente. Sem gente, não temos nenhuma renda”, conta. 

Tibúrcio trabalha há 12 anos na rodoviária e está animado para o retorno e acredita que seja o início de uma retomada financeira para ele. “Com a reabertura, a gente pode voltar a trabalhar. Voltamos a ganhar o dinheiro para o nosso sustento. Estou confiante com essa volta da rodoviária. Vamos tirar o atraso de tudo que deixamos de ganhar durante esse tempo. A minha ansiedade é tanta que cheguei aqui hoje mesmo pra tentar tirar alguma coisa”, completa. 

Outro taxista, que trabalha há 21 anos na região e prefere não se identificar, também relatou que o período de pausa nos transportes da rodoviária foi difícil e que a volta representa uma chance de recomeçar.

“Fiquei quatro meses em casa, sem fazer nenhum dinheiro. A queda financeira foi grande. Isso pra mim que sou aposentado. Imagine pra quem não tem renda nenhuma. Mas estou aqui para recuperar esse tempo perdido e voltar a ter um pouco de folga financeira”, afirma.

Ambulantes
Os ambulantes da região também sofreram com a paralisação da rodoviária. Os comerciantes informais que sobrevivem através do consumo das pessoas que transitam entre a rodoviária e a passarela que dá acesso ao metrô e ao Shopping da Bahia chegaram a fechar as barracas e permanecer em casa por um longo período, até que o retorno fosse anunciado.

Foi o caso de Evaristo de Jesus, 52, que mantém uma barraca nas imediações da rodoviária há 32 anos e nunca havia enfrentado algo parecido. “Desde que estou aqui, nunca passei por uma crise parecida. Eu tive que aceitar e ir pra casa porque não tinha cliente. A gente conseguia de 5% a 10% do que costumávamos tirar antes da pandemia. A gente estava passando dificuldade. Que bom que vai voltar amanhã. Com certeza a reabertura vai nos ajudar”, declara.

Evaristo passou dificuldades financeiras durante fechamento da rodoviária (Wendel de Novais/CORREIO)

Valdez Trindade, 32, vende eletrônicos na área há 12 anos e estava confiante com a volta. “Foi bastante complicado, ficamos muito tristes e a queda foi muito grande. Mas as coisas vão melhorar! Tenho absoluta certeza que a reabertura melhora as coisas pra gente. É o que a gente precisava para voltar a ganhar nosso dinheiro de uma maneira honesta. Tudo vai dar certo”, fala.

Valdez está otimista com reabertura do terminal rodoviário (Wendel de Novais/CORREIO)

Expectativa é que o movimento volte a ser intenso no terminal. Com a flexibilização, os 42 municípios que terão os transportes liberados entre si ficam dentro de um raio de 100 km de distância da capital. Para tornar o processo de volta o mais seguro possível e evitar a proliferação do novo coronavírus, alguns protocolos serão exigidos, como a testagem periódica dos funcionários que atuam nos transportes e terminais, e a ocupação da capacidade em 50%.

A Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra) e a Agerba (agência que regula os serviços de transportes na Bahia) vão acompanhar e fiscalizar essa retomada.

Confira as cidades que fazem parte do retorno: 

  1. ALAGOINHAS

  2. AMÉLIA RODRIGUES

  3. ANTONIO CARDOSO

  4. ARAÇAS

  5. ARAMARI

  6. ARATUÍPE 

  7. CACHOEIRA

  8. CATU

  9. CONCEIÇÃO DA FEIRA

  10. CONCEIÇÃO DO ALMEIDA

  11. CONCEIÇÃO DO JACUÍPE

  12. CORAÇÃO DE MARIA

  13. CRUZ DAS ALMAS

  14. DOM MACEDO COSTA

  15. FEIRA DE SANTANA

  16. GOVERNADOR MANGABEIRA

  17. IPECAETÁ

  18. IRARÁ

  19. ITANAGRA

  20. JAGUARIPE

  21. MARAGOGIPE

  22. MUNIZ FERREIRA

  23. MURITIBA

  24. NAZARÉ

  25. PEDRÃO

  26. SALINAS DA MARGARIDA

  27. SANTO AMARO

  28. SANTO ANTÔNIO DE JESUS

  29. SANTO ESTEVÃO

  30. SÃO FELIPE

  31. SÃO FELIX

  32. SÃO GONÇALO DOS CAMPOS

  33. SAUBARA

  34. TEODORO SAMPAIO

  35. CAMAÇARI

  36. CANDEIAS

  37. DIAS D’ÁVILA

  38. MADRE DE DEUS

  39. MATA DE SÃO JOÃO

  40. POJUCA

  41. SÃO FRANCISCO DO CONDE

  42. SÃO SEBASTIÃO DO PASSÉ