Com alta do dólar, custos industriais sobem no 1º trimestre, diz CNI

Segundo a entidade, os custos cresceram mais que os preços das mercadorias produzidas, indicando perda de lucratividade da Indústria brasileira no 1º trimestre. O indicador de custos industriais subiu 2,4% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os três últimos meses de 2019. O índice foi puxado principalmente pelo aumento dos custos de produção ligados a variações da taxa de câmbio, informou nesta segunda-feira (20) a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A explicação é que, como o dólar ficou mais caro, os insumos importados também avançaram, com alta de 6,8%. O custo com combustíveis, também cotado com base no preço da moeda norte-americana, subiu 7,9% no mesmo período e influenciou a alta nos custos industriais.
“Os custos cresceram mais que os preços das mercadorias produzidas, indicando perda de lucratividade da Indústria brasileira no 1º trimestre. Enquanto os custos cresceram 2,4%, os preços das mercadorias produzidas cresceram menos da metade: 1%”, informou a entidade.
Por outro lado, a CNI informou que o preço de produtos manufaturados importados, em reais, teve um aumento de 6,1%, sobretudo em razão da depreciação da moeda brasileira.
“Assim, se por um lado a lucratividade diminuiu, por outro, aumentou a competitividade de preço dos produtos da indústria brasileira em relação aos produtos estrangeiros nos mercados doméstico e internacional”, acrescentou a confederação.
Segundo a CNI, outro fator que impactou os custos industriais foi o capital de giro, cujo custo cresceu 3,7% no 1º trimestre de 2020, apesar de um recuo de 15% na média trimestral da taxa Selic (juro básico da economia) na comparação com o 4º trimestre de 2019.
“No primeiro trimestre de 2020, houve um aumento da inadimplência na carteira de crédito de capital de giro de pessoas jurídicas dos bancos, segundo o Banco Central, e grande aumento da incerteza e aversão ao risco, por conta da pandemia. Esses fatores podem explicar o maior custo com capital de giro da indústria”, informou a CNI.