Clubes de assinatura fazem sucesso durante a pandemia
Com curadoria especial, produtos chegam na casa do cliente todo mês. Livros, comidas regionais e semijoias são exemplos deste tipo de negócio. Faturamento de clubes de assinatura sobe durante pandemia
O modelo de negócio dos clubes de assinatura se ajustou bem à crise causada pelo novo coronavírus. Nele, o cliente recebe os produtos em casa, os empresários trabalham com estoque reduzido e o faturamento é regular. Com isso, a procura pelo serviço aumentou durante a pandemia.
Para investir no setor é preciso escolher um nicho não saturado e fazer uma curadoria especial. “Ele exige cuidados a mais do que apenas abrir uma loja física. Você tem que desenvolver produtos e fornecedores novos todo mês. Quem assina, quer exclusividade, um artigo que você não encontra em qualquer lugar”, explica o consultor Paulo Ancona.
Garimpos gastronômicos
Empresários garimpam comidas e bebidas regionais para assinantes
Reprodução TV Globo
Há três anos, Jeferson Jess e a esposa criaram um clube de assinatura para vender produtos típicos de várias regiões do Brasil. Depois do início pandemia, entre março e julho, o faturamento da empresa cresceu 25% e subiu para R$ 55 mil por mês.
Em uma kombi, o casal viaja pelo interior do país fazendo garimpos. A assinatura custa R$ 139 por mês e dá direito a cinco produtos, um brinde e um encarte com curiosidades da região produtora, oferecendo uma espécie de turismo à distância.
“A cada mês variam os produtos, desde queijos, embutidos, salames, biscoitos, muito de acordo com a cultura da alimentação de cada região, de cada kit que a gente lança”, explica Jeferson.
Acessórios exclusivos
Empresária vende 15 mil peças de semijoias por mês
Reprodução TV Globo
A pandemia também fez a receita da empresa de Laila Santos dar um salto. Ela tem um clube de assinatura de semijoias, que está faturando 45% a mais, desde março. Em 2016, ela investiu R$ 150 mil para montar a empresa no maior polo do setor do país, em Limeira, interior de São Paulo.
O plano básico custa R$ 100 e dá direito a duas semijoias por mês. Laila aposta na manutenção dos assinantes porque as peças são exclusivas e 70% dos modelos são criações dela.
Curadoria para leitores
Empresário envia livro, gravura e playlist para a casa dos clientes
Reprodução TV Globo
Durante os primeiros meses de quarentena, a livraria do empresário José Luiz Tahan, em Santos, no litoral de São Paulo, ficou fechada. Para manter o negócio, ele criou um clube de assinaturas e o projeto “Livreiro em Domicílio”, em que indica e entrega livros na casa dos leitores.
Os projetos foram responsáveis pela sobrevivência do negócio na hora mais difícil da crise e continuou com a reabertura da livraria. “Durante a pandemia, me aproximei de dois amigos do mercado editorial e unimos nossa experiência em torno do clube”, conta José Luiz.
Quem faz parte do clube, recebe um livro surpresa todo mês, por R$ 69,90. Acompanha a quarta capa especial, uma gravura feita pelo empresário, que retrata o autor do livro, e uma playlist para embalar as leituras.
Livaria cresce durante a pandemia com serviço de curadoria para leitores