Carol Solberg é advertida pelo STJD por grito 'Fora, Bolsonaro'

Carol Solberg foi advertida pelo STJD do vôlei

Julgada nesta terça-feira (13) por ter gritado “Fora, Bolsonaro” durante transmissão ao vivo, a atleta do vôlei de praia Carol Solberg foi punida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do Vôlei com multa convertida em advertência. O caso aconteceu no dia 20 de setembro, após a jogadora conquistar a medalha de bronze na primeira etapa do Circuito Brasileiro em Saquarema, no Rio de Janeiro.

Carol foi condenada em sessão online, por três votos a dois, com base no artigo 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em “deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento de regulamento, geral ou especial, de competição”. 

Além do artigo 191, a atleta também foi denunciada no artigo 258 do CBJD, que fala em assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras do código, mas foi absolvida neste.

A pena poderia chegar a seis jogos de suspensão, além de pagamento de multa no valor de R$ 100 mil. Com a decisão, Carol poderá participar, ao lado de sua parceira Talita, da próxima etapa do Circuito Nacional, que começa nesta quinta-feira (15), também na bolha da CBV, montada no Centro de Treinamento em Saquarema.

O caso foi julgado na 1ª Comissão Disciplinar do STJD da Confederação Brasileira de Voleibol e reuniu cinco auditores: Otacílio Soares de Araújo (presidente), Robson Luiz Vieira (vice), Gustavo Silveira, Rodrigo da Paz Ferreira Darbilly e Marcos Eduardo Bomfim.

Defendida pelos advogados Felipe Santa Cruz, atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e Leonardo Andreott, ex-presidente do próprio STJD do Vôlei, Carol disse que sentiu a necessidade de protestar.

“Eu estava em Saquarema jogando minha primeira etapa depois de tanto tempo sem jogar por causa da pandemia. Estava jogando terceiro lugar, tinha acabado de ganhar, estava muito, muito feliz de estar retornando ao pódio. Estava muito feliz de ter ganhado o bronze e, na hora de dar minha entrevista, apesar de toda alegria ali, não consegui não pensar em tudo o que está acontecendo no Brasil, todas as queimadas, a Amazônia, o Pantanal, as mortes por Covid e tudo mais, e meio veio um grito totalmente espontâneo de tristeza e indignação por tudo o que está acontecendo”, afirmou a atleta.

Carol também falou que não quis ofender a CBV e nem os patrocinadores. Quando questionada se estava arrependida, ela respondeu que “de maneira nenhuma”.