Brexit vai dividir mercados financeiros, diz nomeado ao BC britânico

Reino Unido deixou a União Europeia (UE) em janeiro, com acordos de transição que permitem acesso total ao bloco terminando em dezembro. O Brexit tornará os mercados financeiros menos eficientes, mas não será desastroso para a economia britânica, afirmou nesta segunda-feira (20) um ex-gestor de fundos nomeado para o Comitê de Política Financeira do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
O Reino Unido deixou a União Europeia (UE) em janeiro, com acordos de transição que permitem acesso total ao bloco terminando em dezembro.
“Isso causará fragmentação, isso causará ineficiência, haverá problemas de regulamentação, mas não vai ser desastroso… para a economia”, disse Jonathan Hall, em audiência de confirmação no Comitê do Tesouro do Parlamento.
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Riscos para a inflação
Também nesta segunda, o economista-chefe do BoE, Andy Haldane, afirmou que o Reino Unido pode enfrentar pressões inflacionárias após a crise do coronavírus, mesmo que o desemprego permaneça alto, devido à potencial falta de trabalhadores qualificados para postos que seguem demandados.
Haldane, que votou contra a expansão do programa de compra de ativos do BoE no mês passado, disse ver riscos de alta e de baixa para a inflação no médio prazo.
“Houve algumas fraturas nas cadeias de suprimentos domésticas e globais, aumentando os custos de alguns bens e serviços. E é possível que uma taxa de desemprego de equilíbrio a longo prazo mais alta possa causar o ressurgimento antecipado das pressões salariais”, disse Haldane em texto ao Comitê do Tesouro do Parlamento britânico.