Bolsas dos EUA recuam mais de 3% com aumento de casos de coronavírus
Investidores também se preocuparam com a possibilidade de a eleição presidencial norte-americana ser contestada na próxima semana. As bolsas dos Estados Unidos despencaram nesta quarta-feira (28), com o índice Dow Jones encerrando nas mínimas observadas pela última vez ao fim de julho, enquanto os casos de coronavírus disparavam globalmente e os investidores também se preocupavam com a possibilidade de uma eleição presidencial norte-americana ser contestada na próxima semana.
A crescente pandemia e o fracasso de Washington em alcançar um acordo em torno de um novo estímulo fiscal antes das eleições de 3 de novembro levaram todos os três índices de ações a fecharem em queda de quase 3%.
EUA: média móvel de novos casos de Covid-19 alcança número mais alto desde o início da pandemia
O Dow Jones recuou 3,43%, para 26.519,95 pontos, o S&P 500 perdeu 3,53%, para 3.271,03 pontos, e o Nasdaq recuou 3,73%, aos 11.004,868 pontos.
Doze Estados norte-americanos registraram recordes de pacientes com a Covid-19 hospitalizados nesta terça-feira, enquanto a Alemanha e a França anunciaram planos de interrupção de grandes áreas da vida pública por um mês, enquanto a pandemia aumentava em toda a Europa.
“Obviamente, o vírus está fora de controle. Está aumentando, é ruim”, disse Eric Kuby, diretor de investimentos da North Star Investment Management Corp em Chicago. “O conceito de que… vai desaparecer é apenas uma suposição errada.”
Ações de hotéis, companhias aéreas e outras empresas sensíveis às incertezas relacionadas à Covid-19 afundaram no pregão. O índice S&P 1500 das companhias aéreas e ações relacionadas ao lazer caíram, e o índice de energia recuou com a queda dos preços do petróleo devido aos temores de uma queda mais profunda na demanda por combustível.
Faltando apenas seis dias para as eleições, o índice do medo de Wall Street atingiu sua máxima desde 15 de junho. Preocupações de que um vencedor presidencial possa não ser declarado na noite de 3 de novembro também estimularam um grande “sell-off”.
Os investidores estão preocupados com vários resultados potenciais: que a eleição possa ser contestada; que uma “onda azul” dê a Biden uma vitória e seu controle democrata do Congresso; ou que Trump seja reeleito, disse Chris Zaccarelli, diretor de investimentos da Independent Advisor Alliance em Charlotte, Carolina do Norte.
“Enquanto as pessoas analisam os prováveis cenários do que poderia ocorrer com a eleição, não há uma boa resposta no curto prazo”, disse ele.
As perdas foram generalizadas, com os papéis tecnológicos pesando mais.
Grandes empresas de tecnologia, como a Apple, Alphabet, Amazon e Facebook, que devem divulgar os resultados trimestrais na quinta-feira, caíram cerca 3% ou mais, e foram as que mais pesaram no S&P 500.
Vídeos: Veja as últimas notícias de economia