Bolsas da Europa recuam com tensão sobre avanço da pandemia no continente
Os desdobramentos negativos com a vacina da Johnson & Johnson também pesaram no humor dos agentes financeiros. Os principais índices acionários europeus encerraram o dia em queda consistente, com os investidores monitorando o avanço da pandemia de covid-19 no continente. Os desdobramentos negativos com a vacina da Johnson & Johnson também pesaram no humor dos agentes financeiros nesta terça-feira (13), segundo analistas.
O índice Stoxx 600 Europe 600 fechou o dia em queda de 0,55%, aos 370,96 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 0,91%, aos 13.018,99 pontos, enquanto, em Londres, o FTSE 100 recuou 0,53%, aos 5.969,71 pontos. O CAC 40, de Paris, encerrou em queda de 0,64%, aos 4.947,61 pontos.
Com exceção da Espanha, onde o número de novas infecções parece estar recuando, o economista-chefe de EUA da Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson, afirma que a trajetória da pandemia de covid-19 segue delicada na maior parte da Europa.
“Os casos estão aumentando muito rapidamente na maioria dos outros países da Europa Ocidental, sem nenhum sinal de pico”, afirma. “O aumento da atividade nos testes explica apenas uma pequena parte do aumento nos casos; as taxas de positividade são altas e estão aumentando na maior parte do continente.”
Segundo ele, a Alemanha é a exceção, com positividade ainda abaixo de 2%, mas provavelmente essa tendência deve piorar no curto prazo. “As hospitalizações também estão aumentando, assim como as mortes, mas ambas permanecem bem abaixo de seus picos de primavera”, pondera.
Com a preocupação sobre o avanço da pandemia, os agentes responderam negativamente ao anúncio da Johnson & Johnson de que pausaria os testes clínicos relacionados à vacina da covid-19. “Uma pausa no estudo da vacina covid-19 da Johnson & Johnson enviou um calafrio aos mercados hoje, colocando os índices europeus no vermelho”, disse Connor Campbell, analista da Spreadex.
Após doença de voluntário, Johnson & Johnson suspende testes com vacina contra a Covid-19
No cenário macroeconômico, o índice ZEW caiu de 77,4 pontos em setembro para 56,1 pontos em outubro e enviou três mensagens para os investidores, na avaliação do banco alemão Berenberg: O aumento das infecções e das medidas para conter a propagação do vírus pesarão no crescimento; embora os riscos de curto prazo sejam significativos, as economias da Alemanha e da zona do euro não irão parar; apesar de um revés temporário, a recuperação da atividade deve continuar.
Brexit
Já no Reino Unido, a data autoimposta para chegar a um acordo comercial com a União Europeia também adiciona pressão para os agentes financeiros. O arranjo atual dura até o fim do ano.
Em meio às negociações com o Brexit, os dados mostraram que a taxa de desemprego subiu para 4,5% nos três meses encerrados em agosto, o que foi maior do que o esperado, mas ofusca o que deve ser um salto ainda maior quando o programa governamental de apoio a funcionários afastados expirar, no fim de outubro.
As ações da MorphoSys recuaram 5,35%, depois de a biofarmacêutica ter anunciado que está vendendo 325 milhões de euros em títulos conversíveis. Os papéis da Rolls-Royce cederam 6,03%, o segundo dia de fortes perdas para a fabricante de motores aeronáuticos, depois de quase dobrar de valor na semana passada.
A Airbus caiu 3,50% após a J.P. Morgan Cazenove ter rebaixado a recomendação para a empresa. A instituição citou uma visão mais cautelosa sobre as viagens aéreas e a lucratividade das companhias aéreas, o que a levou a reduzir em 10% sua visão sobre as entregas no próximo ano.
As ações da SSE subiram 1,66%, depois de a empresa concordar em vender sua participação de 50% em dois empreendimentos de energia de resíduos por 995 milhões de libras para um fundo de infraestrutura administrado pela First Sentier Investors.