Bolsas da Europa fecham em alta, mas não evitam segunda semana consecutiva de perdas
O Stoxx 600 terminou a sexta-feira (23) em alta de 0,62%, a 362,50 pontos, mas recuou 1,36% na semana. A piora da pandemia na Europa, que culminou na adoção de novas medidas de restrição à atividade econômica em diversas partes do continente, pressionou as bolsas locais ao longo da semana, que fecharam com perdas acumuladas no período. No entanto, resultados positivos de empresas do setor automobilístico e financeiro impulsionaram os índices desta sexta-feira (23), que encerraram o dia em alta.
Com os ganhos, as principais referências europeias puseram fim a uma sequência de quatro pregões de perdas. O Stoxx 600 terminou a sexta-feira em alta de 0,62%, a 362,50 pontos, mas recuou 1,36% na semana.
Em Londres, o FTSE 100 subiu 1,29% hoje, a 5.860,28 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve ganhos de 0,82%, a 12.645,75 pontos, enquanto, em Paris, o CAC 40 avançou 1,20%, a 4.909,64 pontos. Em Milão e Madri, as referências subiram 1,09% e 1,42%, respectivamente.
No acumulado semanal, o FTSE recuou 1%, enquanto o DAX perdeu 2,04%. O CAC 40 recuou 0,53%, e o FTSE MIB, de Milão, caiu 0,54%. A exceção foi o IBEX 35, que avançou 0,64% no período.
Vários países europeus impuseram restrições e toques de recolher às populações para conter a propagação do vírus nesta semana. As autoridades francesas expandiram um toque de recolher noturno em 38 regiões do país. O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, alertou hoje que a economia vai se contrair no quarto trimestre, em entrevista à rádio Europe 1.
Na Europa, depois da Espanha, a França ultrapassou um milhão de casos
Enquanto isso, os dados econômicos continuam indicando que a economia europeia segue em dificuldades. Os dados preliminares dos índices de gerentes de compras (PMIs) de outubro mostraram que o índice composto da França caiu de 48,5 para 47,3, uma mínima de cinco meses. O PMI Composto da Alemanha recuou de 54,7 para 54,5, uma baixa de dois meses.
“A queda nos PMIs de outubro destaca o risco de que o resultado possa ser pior do que a (quase) estagnação que projetamos para o PIB do quarto trimestre na zona do euro e no Reino Unido”, afirmam os economistas do Berenberg.
Apesar da piora na trajetória da pandemia e da recuperação econômica da Europa, resultados corporativos impulsionaram os índices do continente nesta sexta-feira.
As ações do Barclays avançaram 6,96% após o banco do Reino Unido ter relatado receita total, lucro líquido e lucro antes dos impostos no terceiro trimestre maiores do que o mercado esperava.
O setor bancário foi o grande destaque positivo dentro do Stoxx 600, fechando o dia em alta de 2,80%. As ações do HSBC subiram 4,71% e as do Banco Santander tiveram alta de 3,35%.
As fabricantes de automóveis também tiveram desempenho positivo hoje. A Daimler fechou em alta de 0,47%, após ter relatado um aumento no lucro, mas uma queda na receita. No setor automobilístico, destaque para a Michelin, que subiu 3,70%.
No lado negativo, as ações da Kering caíram mais de 3,15% depois que o grupo de bens de luxo relatou vendas do grupo melhores do que o esperado no terceiro trimestre, mas decepção com o desempenho da marca Gucci, disseram analistas do Citigroup.
“Com as ações tendo superado os pares nos últimos três meses (+13%, contra +7% do setor e uma queda de 6% no mercado europeu) e a provável decepção com a Gucci, a reação do preço das ações pode ser mista”, disse uma equipe de analistas liderada por Thomas Chauvet, em nota aos clientes.
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