Beleza: saiba como vender produtos não essenciais em bairros populares
No início, a designer de interiores Flávia Oliveira, 23 anos, possuía muitas ideias, mas não tinha dinheiro para investir num negócio próprio. Depois descobriu que para concretizar o sonho de empreender, não bastaria concretizar vendas, era preciso cuidar de toda a gestão: do estoque à comunicação, sem descuidar da compra de produtos e da relação com os clientes. “Muita gente esquece que abrir um negócio não é só colocar produtos no interior de uma loja e vender. Tem muito mais”, conta a sócia da loja de produtos de beleza Super Bonita (@superbonita.maquiagensecia).
Os desafios de se reinventar em plena pandemia, tornar produtos de beleza e maquiagem como gêneros de primeira necessidade e vender produtos de luxo num mercado popular foram alguns dos temas abordados por essa jovem empreendedora na live Empregos e Soluções desta quarta (3), no perfil do Jornal Correio, no Instagram (@correio24horas). Assista completa abaixo.
Durante a conversa com a consultora e administradora Flávia Paixão, a empreendedora fez questão de lembrar que seu desejo nunca foi apenas vender, mas oferecer o produto certo para cada cliente. Na verdade, esse cuidado foi um dos diferenciais de Flávia Oliveira para garantir a venda de produtos com variadas faixas de preço para suas clientes.
A empreendedora abordou as dificuldades do início e enfatizou que empreender não se resume a um ponto comercial, há muitos aspectos de gestão para compreender (Foto: Reprodução) |
“Muitas vezes, algumas clientes argumentavam que haviam comprado um determinado batom por R$3,00, enquanto na minha loja, um produto parecido custava R$15,00. Nessas horas, fazia questão de mostrar o rótulo e lembrar que a diferença no preço justificaria que ela não precisaria desembolsar até R$100,00 para tratar uma reação alérgica, por exemplo”, conta.
Necessidades
Flávia Oliveira conta que a pandemia mostrou que, apesar de não ser um gênero alimentício, durante o período em que as pessoas estão mais em contato consigo mesmas, a maquiagem se revelou um produto de primeira necessidade por ser capaz de trazer beleza, felicidade e auto-cuidado.
Flávia fez questão de ressaltar as dificuldades do início do trabalho da loja e pontuar que a ideia de ter o próprio negócio chegou depois de formada, quando a crise no mercado imobiliário e a falta de projetos para trabalhar, fez com que ficasse em casa, parada. Para garantir a concretização do sonho, ela precisou convencer o pai e uma tia da viabilidade do negócio. Do pai, ela conseguiu a tomada de um empréstimo bancário. A tia virou a sócia pé no chão, capaz de fazer um contraponto importante para a cabeça sonhadora da empreendedora.
Ela também relatou os aprendizados que ocorreram no processo e que a fizeram enxergar as redes sociais como plataformas importantes de comércio e como a produção de conteúdo para o Instagram foi capaz de gerar mais vendas que as próprias promoções. “Acho que outro grande aprendizado desse período foi perceber que ao invés de pensar na ampliação com mais lojas físicas, é preciso investir no sistema de entrega, pois o serviço delivery veio para ficar”, completa.
Na oportunidade, Flávia Paixão destacou que todo e qualquer negócio possui suas características e dificuldades e que a diferença está na atitude do empreendedor diante desses desafios. “Independente do segmento, as dificuldades estão muito presentes na vida do empreendedor, especialmente aqueles que ainda estão inexperientes, mas é possível superar os obstáculos com a atitude certa”, completou, Flávia Paixão.
Vale lembrar que as lives Empregos e Soluções são realizadas sempre às quartas-feiras, à partir das 18 horas, no canal do Jornal Correio, no Instagram.