Ativista Greta Thunberg muda descrição no Twitter para ‘pirralha’ após declaração de Bolsonaro
Bolsonaro chamou Greta de ‘pirralha’ ao ser questionado por jornalistas sobre as mortes de indígenas Guajajara, no Maranhão.
A ativista sueca Greta Thunberg mudou na manhã desta terça-feira (10) a sua descrição biográfica no Twitter para “Pirralha” após declaração do presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro se referiu à Greta como “pirralha” quando foi questionado por jornalistas, nesta terça, se estava preocupado com as mortes de dois indígenas da etnia Guajajara em um atentado ocorrido no sábado (7) no Maranhão.
“A Greta já falou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, pirralha” – Jair Bolsonaro, presidente
Em seguida, Bolsonaro afirmou que “qualquer morte preocupa” e que seu governo deseja “cumprir a lei”, posicionando-se contra desmatamento e queimadas ilegais.
No mesmo dia das mortes, Greta compartilhou um vídeo nas redes sociais sobre o crime e escreveu que os indígenas estavam sendo assassinados ao tentarem proteger a floresta do desmatamento ilegal.
Em uma postagem na internet, Greta disse que índios estão sendo assassinados por tentarem proteger a floresta — Foto: Reproduçaõ/Twitter
“Indígenas estão sendo mortos por tentar proteger a floresta do desmatamento ilegal. De novo e de novo. É uma vergonha que o mundo permaneça calado sobre isso” – Greta
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o número de mortes de lideranças indígenas em 2019 é o maior em pelo menos 11 anos. Das 27 pessoas que morreram por conflitos no campo neste ano, 7 eram líderes indígenas, contra 2 em 2018, segundo a entidade.
Para o coordenador da CPT, Paulo Moreira, os crimes estão relacionados ao acirramento da violência na disputa pela terra, embora nem todas as mortes tenham ocorrido em territórios indígenas. Ele também avalia que o assassinato de lideranças têm um impacto ainda maior: envolve a tentativa de enfraquecer o grupo.