Atividade industrial avança pelo quarto mês seguido, diz CNI
Índice de evolução da produção atingiu 59,1 pontos no mês passado, alta de 0,4 ponto na comparação com agosto. A Sondagem Industrial, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta nova aceleração da atividade industrial, em setembro, com aumento significativo das contratações. O índice de evolução da produção atingiu 59,1 pontos no mês passado, sua quarta alta mensal consecutiva, de 0,4 ponto na comparação com agosto, e bem acima da linha divisória de 50 pontos.
A alta da produção foi acompanhada também de mais contratações. O índice do número de empregados alcançou 55,3 pontos. A ociosidade do parque industrial está em queda e a intenção de investir do empresário subiu pelo sexto mês consecutivo.
Por se tratarem de índices de difusão, ao se situarem acima dos 50 pontos, refletem crescimento frente ao mês anterior e valores mais distantes da linha divisória de 50 pontos apontam para crescimento mais forte e disseminado entre as empresas industriais.
Todos os indicadores da pesquisa apontam para a recuperação econômica da indústria.
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“A atividade industrial de setembro se mostrou um ponto fora da curva para o mês. Nesse mês, podemos observar com clareza o processo de recuperação da economia, a alta de demanda e a necessidade de repor os estoques, que seguem baixos”, avalia o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
“A indústria operou acima do usual, com utilização da capacidade instalada acima do registrado nos últimos anos”, diz Azevedo.
O índice de evolução do número de empregados é o maior valor da série histórica mensal, iniciada em janeiro de 2011, o que denota que a alta das contratações em setembro, em relação a agosto, foi bastante significativa.
Embora esse dado seja importante para o momento de recuperação, a CNI destaca que as altas registradas desde junho deste ano ocorrem depois de fortes quedas observadas entre os meses de março a maio, que levaram o emprego a um patamar muito baixo.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria ficou em 72% em setembro, aumento de 1 ponto percentual em relação a agosto. O índice de UCI efetiva em relação ao usual passou a situar-se acima da linha divisória, em 50,4 pontos; o indicador mostra que a atividade industrial está operando acima do nível usual para o mês. Desde novembro de 2010, quando registrou 50,5 pontos, o índice não mostrava aquecimento excepcional da atividade industrial.
O índice de estoque efetivo em relação ao planejado de setembro, encontra-se em 43,4 pontos. Ao se situar abaixo da linha divisória de 50 pontos, mostra que os estoques continuaram em patamar inferior ao esperado pelos empresários industriais. Como nos meses anteriores, os estoques continuam em ritmo de queda e abaixo do nível planejado, apesar do crescimento da produção.
A pesquisa aponta ainda que a recuperação mais rápida e intensa do que prevista fez com que melhorasse a situação financeira das empresas. O empresário mostra satisfação com a situação financeira e insatisfação apenas moderada com relação às suas margens de lucro.
O acesso ao crédito apresentou melhora no trimestre, com aumento de 8,4 pontos, para 41,5 pontos. Em relação ao quarto trimestre de 2019, contudo, há uma queda de 1,7 ponto, o que indica que a facilidade de acesso ao crédito está melhor que no pior período da pandemia, mas ainda não alcançou nível similar àquele observado antes da pandemia.
Segundo a CNI, a falta ou alto custo de insumos tornou-se o principal problema enfrentado pelas empresas no terceiro trimestre e elevada carga tributária caiu para a segunda posição.
A alta volatilidade e a intensa desvalorização do real em relação ao dólar americano, com efeitos nos preços de insumos, fizeram a taxa de câmbio subir da quarta para a terceira posição entre os principais problemas da indústria. As expectativas dos empresários se estabilizaram em patamar elevado em outubro, revelando otimismo.
Foram entrevistadas 1.881 empresas, sendo 734 pequenas, 674 médias e 473 de grandes, entre 1º e 14 de outubro.
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