Astrônomos descobrem "teia" de galáxias em torno de super buraco negro
Astrônomos europeus descobriram seis galáxias em torno de um buraco negro supermassivo com uma massa de um milhões de vezes superior à do Sol, anunciou o Observatório Europeu do Sul. A radiação destas galáxias viajou desde praticamente a infância do Universo, quando este tinha 900 milhões de anos e é a primeira vez que é observado um grupo deste tipo tão perto do início de tudo, do chamado ‘Big Bang’.
Para ajudar a visualizar a descoberta, os astrônomos descrevem-na como se as galáxias estivessem presas numa “teia de aranha cósmica de gás que se estende no espaço ao longo de uma dimensão de cerca de 300 vezes o tamanho da Via Láctea”.
“Os filamentos da teia cósmica são como os fios de uma teia de aranha. As galáxias permanecem e crescem nos locais onde os filamentos se cruzam e correntes de gás disponíveis para alimentar tanto as galáxias como o buraco negro central supermassivo correm ao longo dos filamentos”, ilustrou o astrônomo Marco Mignoli, do Instituto Nacional de Astrofísica italiano, localizado em Bolonha, na Itália.
Das observações, os cientistas pretendem compreender melhor como é que se formaram buracos negros supermassivos como o que existe no centro da Via Láctea e como é que estes se tornaram tão grandes.
“A nossa descoberta apoia a ideia de que os buracos negros mais distantes e massivos se formam e crescem no seio de halos massivos de matéria escura em estruturas de larga escala”, afirmou o astrônomo Colin Norman, da universidade norte-americana Johns Hopkins, em Baltimore, co-autor do estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics Letters.
Os astrônomos só chegaram a estas galáxias, “das mais tênues que os telescópios atuais conseguem observar” olhando várias horas através dos maiores telescópios ópticos que existem, incluindo o do Observatório.
“Acreditamos ter visto apenas a ponta do icebergue e pensamos que as poucas galáxias que descobrimos até agora em torno deste buraco negro supermassivo sejam apenas as mais brilhantes”, referiu Barbara Balmaverde, do instituto italiano.