Associação de acionistas minoritários vai à Justiça contra B3
Abradin alega prejuízos causados pela liquidação de corretoras de valores e pede indenização de cerca de R$ 60 milhões. Ibobespa – Fachada do prédio da B3, a bolsa brasileira, no Centro de São Paulo
Rahel Patrasso/Reuters
A Abradin, associação que representa acionistas minoritários, entrou com um ação na Justiça do Rio de Janeiro contra a B3 alegando prejuízos causados a investidores com a liquidação de corretoras de valores e pedindo indenização de cerca de R$ 60 milhões.
A ação civil pública foi protocolada no mês passado e distribuída essa semana. Além da B3, a BSM, órgão de supervisão do mercado ligado à companhia, também é alvo da ação.
Segundo a Abradin, a liquidação de algumas corretoras causou muitos danos aos investidores e ao mercado de capitais.
A ação civil cita a liquidação de corretoras como Walpires, Gradual, Alpes, Corval, Um Investimentos e outras.
“Perceberam os prejudicados a necessidade de uma ação coletiva para se ter mais eficácia na proteção aos investidores do mercado de capitais e, também, para chamar a atenção para um problema que, mesmo sendo possível de ser evitado, continua gerando prejuízos e descredibilidade a quem opta por investir na bolsa”, diz um trecho do documento.
A ação destaca o papel da B3 na regulação e fiscalização do mercado de capitais e lembra que nenhuma negociação de ações ou de contratos futuros ocorre, no Brasil sem intermediação da B3.
O presidente da Abradin, Aurélio Valporto, questionou custos que considera elevados para operar na B3 e que isso só acontece por que não há concorrência no Brasil.
“É essencial que haja concorrência à B3, não somente para forçar uma redução nas tarifas abusivas, mas principalmente para conduzir a uma postura moral mais elevada, com maior responsabilidade perante os investidores”, declarou Valporto.
A B3 informou que não foi notificada da ação. “B3 e BSM desconhecem a existência de ação ajuizada pela Abradin e não foram citadas ou notificadas a esse respeito”, afirmou.
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