Argentina anuncia medidas para aliviar pressão cambial
Decisão ocorre em meio a recorde na cotação do peso frente ao dólar no mercado ilegal. Restrições cambiais adotadas na Argentina pra frear a escassez do dólar faz moeda disparar
O governo argentino anunciou na segunda-feira (19) medidas para aliviar a pressão sobre sua moeda e afastar as expectativas de desvalorização, no momento em que a cotação do peso frente ao dólar no mercado ilegal registrou um novo recorde. A decisão foi apoiada pelo FMI.
A moeda argentina foi negociada na segunda-feira a 83,21 pesos por dólar, mas chegou a ser vendida pela cotação recorde de 181 pesos no mercado ilegal.
Entre as medidas anunciadas estão uma licitação de bônus por US$ 750 milhões em novembro e a revogação da proibição que era aplicada aos investidores não residentes na Argentina de vender títulos a serem liquidados em moeda estrangeira.
A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Geogieva, respaldou as medidas.
“Continuaremos apoiando as autoridades enquanto trabalham para aliviar as pressões cambiais, ancorar a estabilidade econômica e estabelecer as bases para a recuperação”, escreveu no Twitter.
A mensagem foi publicada depois de uma conversa telefônica entre a diretora do FMI e o ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán.
“Conversa muito valiosa hoje com a diretora geral do Fundo Monetário Internacional @KGeorgieva. Obrigado! No âmbito de um diálogo produtivo, o FMI compartilha nossa visão de que a Argentina precisa transitar o caminho para a estabilidade e o crescimento econômico”, respondeu o ministro na mesma rede social.
A Argentina mantém desde o fim de 2019 um sistema de restrição para a compra de divisas imposta no final do governo do liberal Mauricio Macri para frear a fuga de divisas, sistema fortalecido por seu sucessor, o peronista Alberto Fernández.
Desde 2019 existe uma cota para a compra de moeda estrangeira para a captação de US$ 200 por mês com uma cotação sobre a qual incide uma taxa de 30% e desde 15 de setembro foi acrescentada outra retenção de 35% para desestimular a poupança em moeda estrangeira e conter a saída de divisas.
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