Após sonho com Libertadores, Bahia encara realidade contra queda
Contas, torcida para abertura de novas vagas na Libertadores, primeira página da tabela… Esqueça tudo isso. Se no início da temporada a expectativa do Bahia era repetir um campeonato seguro e tentar beliscar um lugar na pré-Libertadores via Brasileirão, a realidade de momento é completamente diferente.
Passado quase um terço da Série A, o Bahia luta contra o rebaixamento. Diante do Athletico-PR, no último sábado, na Arena da Baixada, o Esquadrão somou a quarta derrota seguida (1×0) e ampliou para nove jogos o jejum de triunfos.
O reflexo da fase ruim aparece na tabela de classificação. O Bahia voltou a frequentar a zona de rebaixamento depois de dois anos e virou lanterna após seis. Por isso, o contexto é de manter os pés no chão e saber que, por ora, a luta está distante da metade superior da tabela.
“A parte da frente é o objetivo, mas o momento tem prioridades. Não podemos deixar essa pressão aumentar. Temos que buscar essa retomada. Depois, a nossa competência vai dizer a velocidade com que podemos ambicionar mais no campeonato”, analisa Mano Menezes.
Esse “novo momento” não é uma novidade, mas fazia tempo que o Bahia viveu tal cenário. A última vez que o Esquadrão mergulhou tão fundo na luta contra a degola foi na temporada 2014. Naquele ano, o clube terminou em 18º lugar com 37 pontos e acabou rebaixado.
Desde que voltou a jogar a Série A, em 2017, o tricolor chegou a flertar com o rebaixamento, mas se saiu bem. Durante a 9ª e a 28ª rodadas do primeiro ano, o time oscilou entre o 12º e o 17º lugares, porém ficou no Z4 por apenas uma rodada. A equipe começou a reagir a partir do 28º jogo e chegou a ser nona colocada, esboçando uma briga pela vaga na Libertadores. No final, acabou em 12º lugar, com 50 pontos – a melhor pontuação do Bahia na era dos pontos corridos.
Nos anos seguintes, o Esquadrão fez campanhas equilibradas. Em 2018, o time esteve no Z4 por oito rodadas e chegou a ser o vice-lanterna. No entanto, conseguiu se estabilizar sob o comando de Enderson Moreira e não sofreu sustos. Somou 48 pontos e terminou em 11º.
Já em 2019, o Bahia fez o seu melhor primeiro turno ao somar 31 pontos nas 19 partidas, criando a expectativa do sonhado salto na tabela. Depois, também sofreu com uma sequência de nove jogos sem vitórias na segunda etapa e ficou na 11ª colocação, com 49 pontos. Ainda assim, em momento algum foi falado em risco de rebaixamento.
O que chama atenção agora é justamente a nova sequência ruim no início do Brasileirão. Além da última colocação e do jejum de triunfos, o Bahia reúne números negativos como a pior defesa, com 19 gols sofridos em 11 jogos, e o menor aproveitamento entre os 20 clubes: 27,3% O percentual é relevante na comparação porque os times têm números de jogos desiguais devido a adiamentos causados pela covid-19.
Abaixo do mínimo
Antes da demissão do técnico Roger Machado, o presidente Guilherme Bellintani revelou em postagens nas redes sociais a estratégia do clube para brigar por vaga na Libertadores de 2021. O plano divide os jogos da Série A em blocos de seis partidas, com pontuação mínima em cada um.
Tomando por base a mesma tática que foi usada no ano passado, o tricolor precisaria somar pelo menos oito pontos a cada seis jogos; assim finalizaria o último bloco com 48 pontos após 36 partidas, livre do rebaixamento, e teria ainda mais duas rodadas para tentar a Libertadores. Hoje o time passa bem longe disso.
Mesmo se vencer o Botafogo quarta-feira (30), às 21h30, no Engenhão, em partida atrasada da 1ª rodada, o Bahia vai conseguir apenas metade da pontuação mínima estipulada para o bloco de seis jogos.
Nessa segunda chave de seis jogos, o Esquadrão somou apenas um ponto, no empate por 2×2 com o Internacional, no Beira-Rio. Perdeu para Grêmio, Atlético-GO, Corinthians e Athletico-PR. No primeiro bloco, fechou no limite, com exatos oito pontos.