Após bronze e prata, brasileiro estuda até 11 horas por dia e leva ouro na Olimpíada de Matemática


Brasil obteve a 10ª colocação na competição que envolve 105 países, a melhor posição na maior competição da disciplina. Brasil teve seis alunos medalhistas na edição 2020 da Olimpíada Internacional de Matemática e país fica em 10º lugar entre 105 nações participantes
Pedro Cabral/Arquivo pessoal
O aluno Pedro Cabral, de 18 anos, diz ter realizado o sonho de sua vida com a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática, a maior competição da disciplina entre estudantes de 14 a 19 anos.
Na edição 2020, seis brasileiros receberam medalhas, sendo cinco de prata, e uma de ouro conquistada por Pedro. Dos seis medalhistas, três estudaram em escolas cearenses. Em entrevista ao G1, o aluno medalha de ouro, natural de Pernambuco, relembra as horas de estudo que resultaram na vitória.
Pedro se preparava para a olimpíada desde 2016. Em 2018, quando participou pela primeira vez de uma competição internacional, ele se mudou da capital pernambucana para Fortaleza. “Os professores do colégio em que eu estudei em Fortaleza eram ex-alunos de olimpíada e tinham uma preparação muito boa para ensinar com esse propósito”, justifica.
Pedro já participou de três olimpíadas internacionais de matemática e já obteve ouro, prata e bronze
Arquivo pessoal
Na primeira disputa em que participou, ele foi medalha de bronze; em 2019, obteve prata; e neste ano, ficou no lugar mais alto do pódio. “A medalha de ouro já era um sonho desde a minha primeira participação. Foi um sonho realizado.”
O estudante conta que chegou a estudar cerca de 11 horas por dia, mas antes ele teve de passar por uma série de testes e preparação para os estudos.
“A seleção começa com a Olimpíada Brasileira de Matemática e os selecionados podem participar da Olimpíada Internacional de Matemática. A gente passa por vários testes, que determinam os seis alunos que cada país manda”, detalha.
Foco na matemática
Estudante já competiu em outros países, mas em 2020, devido à pandemia de coronavírus, disputou a olimpíada no Brasil
Arquivo pessoal
Pedro diz que Matemática nem sempre foi sua disciplina favorita, mas depois que participou da primeira competição de matemática descobriu o que queria na carreira acadêmica: “Eu já participei de várias competições nacionais e já cheguei a participar de olimpíadas de outras matérias, mas o meu foco mesmo é matemática”, afirma.
O próximo passo na jornada do estudante é estudar um curso superior na França. “Eu estou matriculado em uma faculdade francesa. No momento estou vendo as aulas remotamente [devido à pandemia de coronavírus], mas devo ir para lá em outubro.”
O curso soma duas coisas que Pedro ama: Matemática e Computação. “Eu sei que quero fazer essa graduação porque são coisas que eu gosto. Independentemente do que eu fizer disso, eu vou me sentir bem. Vou continuar nessa trajetória.”
Melhor colocação brasileira
O Brasil ficou em 10º lugar na Olimpíada Internacional de Matemática, o melhor resultado já conquistado desde que o Brasil participa do torneio, há 39 anos. A competição foi criada em 1959. Nesta edição, 105 países disputaram as provas.
Ao todo, a equipe brasileira somou 165 pontos, com uma medalha de ouro e cinco de pratas. Com o resultado, ficou à frente de países como Japão, França, Canadá e Alemanha.
Os estudantes que conquistaram as medalhas são:
Pedro Gomes Cabral, de Fortaleza (CE) – Ouro
Bernardo Peruzzo Trevizan, de São Paulo (SP) – Prata
Guilherme Zeus Dantas e Moura, de Maricá (RJ) – Prata
Francisco Moreira Machado Neto, de Fortaleza (CE) – Prata
Gabriel Ribeiro Paiva, de Fortaleza (CE) – Prata
Pablo Andrade Carvalho Barros, de Teresina (PI) – Prata
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