Alcolumbre diz ver ‘sentimento grande’ pela derrubada do veto à desoneração da folha

Congresso deve analisar veto de Bolsonaro na próxima semana. Proposta que foi vetada prorroga desoneração da folha de pagamento de 17 setores por um ano. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta quarta-feira (23) que há um “sentimento grande” entre os parlamentares para derrubar o veto à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia.
A desoneração da folha de pagamento das empresas desses 17 segmentos — como os de call center, tecnologia da informação, transporte, construção civil, têxtil e comunicação, que empregam mais de 6 milhões de pessoas — vai até o fim deste ano.
Em junho, o Congresso aprovou a prorrogação para esses segmentos até o fim de 2021. Mas, em julho, o presidente Jair Bolsonaro vetou. O veto presidencial pode ser analisado em sessão do Congresso marcada para a próxima quarta-feira (30).
Questionado por jornalistas nesta quarta-feira, Alcolumbre disse que a tendência é a derrubada do veto, mas emendou: “eleição e mineração, só depois da apuração”.
“Eu acho que tem um sentimento muito grande para derrubar. Mas eleição e mineração, só depois da apuração. É igual voto: só tem, ou não tem, quando abre o painel. O sentimento do Senado, que eu escuto de todos os senadores, é de derrubar o veto”, afirmou o presidente da Casa.
Análise do veto estava prevista para a última semana, mas foi adiada a pedido do governo
Governo decidiu apoiar
Após reuniões desde a noite desta terça (22), o governo Jair Bolsonaro e líderes da base aliada no Congresso decidiram apoiar a derrubada do veto, informou nesta quarta a jornalista do G1 e da GloboNews Ana Flor.
Ana Flor: Governo passará a apoiar a desoneração, mas quer em troca novo imposto
O governo não conseguiu, em dois meses de negociação, reverter a posição majoritária de senadores e deputados que defendem manter a desoneração por mais um ano.
Em troca do veto, que deve ser derrubado no Congresso na próxima semana, o governo corre para finalizar uma proposta que agregue um novo tributo, nos moldes da antiga CPMF, e uma desoneração mais ampla para todos os setores da economia – mas de forma escalonada.
Por essa proposta, o percentual de desconto nos tributos que incidem sobre a folha seria maior para salários mais baixos.