Alberto Fernández pede compreensão a credores e reitera que oferta argentina é a última

“É impossível pedir a um país com 40% de pobreza que faça mais um esforço, porque esse esforço sempre recai sobre os setores mais vulneráveis”, disse o presidente. O presidente da Argentina Alberto Fernández não tem alinhamento político com Bolsonaro
Reuters/Via BBC
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, pediu a compreensão dos credores e reiterou que sua oferta de swap de US$ 66 bilhões da dívida é “o último esforço” que seu país pode fazer, em uma conferência virtual com o Conselho das Américas.
“Estou muito confiante de que os credores entendem que estamos fazendo um esforço enorme e que é o último que devemos fazer. Peço, por favor, que ajudem a Argentina a sair da estagnação”, disse Fernández nesta terça-feira (21).
Um dia antes, três grupos de credores de títulos sujeitos a uma reestruturação rejeitarem a oferta de swap.
“É impossível pedir a um país com 40% de pobreza que faça mais um esforço, porque esse esforço sempre recai sobre os setores mais vulneráveis”, insistiu o presidente.
Os grupos Exchange Bondholders, Ad Hoc e Argentina Creditor Committee, com capacidade de bloquear o swap, consideraram que a oferta argentina “fica aquém” do que podem aceitar e apresentaram uma contraproposta.
Esses credores reivindicam um pagamento de US$ 56,6 por 100, comparado a 53,5 por 100 da oferta formal, cujo prazo para adesão se encerra em 4 de agosto.
A diferença entre as duas propostas acrescentaria cerca de 3 bilhões de dólares em dez anos, segundo um cálculo da consultoria EcoGo.
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“Meu governo não está aqui para discutir ou brigar com ninguém, estamos aqui para resolver um problema em termos razoáveis. Fizemos um enorme esforço e continuamos a discutir a dívida mesmo enquanto a pandemia continua a nos atingir, porque queremos resolver isso”, disse Fernández.
“Não é um capricho, é bom senso. Esse é o entendimento que peço”, disse.
A Argentina está em recessão desde 2018, com a pobreza e o desemprego aumentando, e sua economia deve sofrer ainda mais como resultado da pandemia.