Acusado de estupro e violação sexual, líder religioso Jair Tércio está foragido

O líder religioso Jair Tércio está foragido – na manhã desta quinta-feira (17), uma operação tentou cumprir mandado de prisão contra o “guru”, que não foi localizado. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a Jair Tércio, que um dos criadores da Fundação Organização Científica de Estudos Materiais, Naturais e Espirituais (Ocidemnte) e ex-grão-mestre da Grande Loja Maçônica da Bahia (Gleb). “Ele não foi localizado nas duas áreas que nos realizamos a busca. Por isso, ele encontra-se foragido da Justiça”, afirmou a promotora de Justiça Márcia Teixeira.

Jair Tércio foi denunciado por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável, por manter relação sexual com menor de 14 anos.

“Hoje, foi dado um grande passo relacionado às denúncias veiculadas pela imprensa contra Jair Tércio. As denúncias correspondem a casos de quatro vítimas, que tiveram vínculo pessoal e familiar com o investigado, possibilitando a chegada em indícios mais fortes do crime. Violação sexual mediante fraude, estupro de vulnerável e lesão corporal”, explicou a promotora Clarissa Diniz, em coletiva de imprensa.

Coordenadora do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher (Gedem), a promotora Sara Gama explicou que a análise de provas já começou. “Nós abrimos um procedimento investigativo e começamos analisar as provas que chegaram até  nós e foram ratificadas pelo Ministério Público da Bahia. Fizemos uma busca e a apreensão na sede da instituição que o investigado estava à frente. Tentamos cumprir também o mandado de prisão preventiva autorizado pela Justiça”, disse.

Buscas foram feitas hoje em endereços ligados ao guru (Foto: Reprodução e Sônia Gama)

Segundo Márcia Teixeira, já são 21 vítimas que procuraram o Ministério Público com relatos sobre Jair Tércio. “A grande maioria das vítimas foram responsáveis pelo pedido do sigilo. Elas têm medo do denunciado e também dos seus servidores. Temos hoje nove vítimas e seis testemunhas que foram vítimas no passado, mas são vítimas de crimes já prescritos. Uma vítima tem 16 anos e outra, que fez 18 anos esse ano, vinha sofrendo violência sexual desde os 12. No total, são 21 vítimas que chegaram até o MP”, explicou.

As denúncias são de casos que começaram há muitos anos – uma das vítimas denunciou abusos iniciados há 28 anos, quando ela tinha apenas 12 anos. “Esse, entre todos depoimentos, é o relato mais antigo”, diz Márcia.

Por conta disso, as promotoras acreditam que novos casos virão à tona. “Tenho essa convicção porque, a partir da primeira denúncia, as mulheres se sentiram mais fortalecidas e amparadas para relatar os crimes e denunciar o acusado, apesar de todo medo de represália das vítimas”, afirma Sara.

 “O objetivo principal era efetuar a prisão preventiva de Jair Tércio, que acabou não acontecendo. Mas continuamos conduzindo o processo de investigação do que foi encontrado para chegar às provas dos delitos dos quais o investigado é acusado”