Abertura de novas empresas tem alta de 0,5% até agosto, e fechamento recua 14,5%

Comparação é feita com relação ao mesmo período de 2019. Segundo o Ministério da Economia, abertura e fechamento de empresas foram impactados pela pandemia de Covid-19. O Ministério da Economia informou nesta quinta-feira (18) que 2,152 milhões de empresas foram abertas nos oito primeiros meses deste ano, o que representa um crescimento de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado (2,14 milhões).
O fechamento de empresas recuou neste ano. De janeiro a agosto de 2020, 682.750 empresas foram fechadas, contra 799.025 em igual período do ano passado. Uma queda de 14,5%.
Os números foram apresentados pelo Ministério da Economia, por meio do boletim “Mapa de Empresas”, relativo ao segundo quadrimestre de 2020.
De acordo com a pasta, a pandemia de Covid-19 influenciou diretamente tanto os fechamentos quanto as aberturas de empresas.
O secretário especial adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Gleisson Rubin, explicou que o crescimento de 0,5% na abertura de empresas considera dois meses (abril e maio) de resultados “bastante impactados pela pandemia”.
“Houve recuperação bastante forte em junho e julho, o que confirma recuperação da economia em V [queda forte, com retomada também pronunciada], mas não vinculamos ainda relação direta entre desemprego e início de atividade empreendedora, até porque outras variáveis também pesam nessa decisão”, disse ele.
Segundo Rubin, um dos destaques dos últimos meses foi o fornecimento de alimentação para consumo familiar.
“As pessoas passam a ir menos aos restaurantes, bares, e se sentem mais seguras em consumir alimentação em suas próprias residências. Isso fomenta um novo mercado, e já está sendo captado pelos indicadores de abertura de empresas”, disse.
De acordo com o Ministério da Economia, 19,289 milhões de empresas estavam ativas no Brasil no final do mês de agosto, das quais 10,689 milhões, ou seja, 55% do total, eram microempreendedores individuais (MEIs).
“A gente não viu foi a crise impactando nesses números [abertura de MEIs], política que ajuda o empreendedor que decide lagar seu emprego para montar seu negócios. E está funcionando muito na economia sobre demanda, motoristas e entregadores de aplicativos. Mas a gente não entende que o MEI está sendo uma saída par ao desemprego. De 2019 para 2020, houve desaceleração [na criação de MEIs]”, avaliou a subsecretária de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas, Empreendedorismo e Artesanato do Ministério da Economia, Antonia Tallarida.
Fechamento de Empresas
De acordo com Gleisson Rubin, do Ministério da Economia, a queda do fechamento de empresas também é resultado da pandemia. Ele explicou que, em abril e maio, meses mais impactados pelas medidas de distanciamento social, foi suspenso o atendimento físico em algumas juntas comerciais, resultando em um fechamento menor de empresas no período.
“Esse número se mostrou bem abaixo da média histórica [para esse período]”, disse.
O secretário observou ainda que o fechamento formal de uma empresa é diferente da suspensão de atividades.
“Nossa legislação faz com que as dívidas constituídas pela pessoa jurídica [empresa] pela sejam sucedidas pelo CPF [repassado para os controladores, pessoas físicas]. Isso pode fazer com que o empresário retarde a decisão e fechar formalmente as empresas. Enquanto isso, permanece suspensa e pode voltar a funcionar mais à frente, ou se conduz a um fechamento formal”, explicou.