10 itens que não podem faltar na cozinha dos ‘chefs da quarentena’

A panela sauté é versátil e vai te ajudar muito nessa quarentena

A cozinha ganhou importância ainda maior nessa quarentena. Muita gente tem se aventurado pela primeira vez nessa parte da casa, permitindo-se conhecer o chef que há em si, preparando alimentos que nunca havia cogitado fazer, e descobrindo assim uma atividade poderosa contra a ansiedade.

Se você não está nesse numeroso grupo de ‘chefs da quarentena’, certamente tem visto os seus contatos publicando fotos nas redes sociais dos pratos que andam preparando.

Seja para se gabarem das próprias conquistas, seja para chorarem a própria tragédia, como nesse perfil de Instagram que ganhou milhares de seguidores em poucos dias:

Mas se você está desbravando pela primeira vez esse mundo da culinária, parabéns! O CORREIO vai te ajudar com um guia com os 10 utensílios que não podem faltar na sua cozinha e uma lista de perfis de receitas para seguir nas redes sociais.

Parabéns, continue!

Antes de tudo, é bom dizer: não desista! Frequentar mais a cozinha nesse período de quarentena e angústia é uma decisão muito acertada do ponto de vista psicológico.

Cozinhar, segundo os especialistas, é uma das atividades caseiras mais benéficas para combater a ansiedade. A riqueza de estímulos no preparo da comida – texturas, aromas, cores e gostos – envolve os cinco sentidos, tornando tudo muito prazeroso.

Bianca Meneses (@mindfuleating) é psicóloga comportamental e especialista em mindful eating, ou alimentação consciente. Essa prática busca criar uma nova relação entre a pessoa e a alimentação – desde o preparo até o momento de comer, de fato.

“Ir para a cozinha pode ser uma forma, primeiro, de cultivar hábitos melhores para a gente e para a nossa família. Não à toa, ela é chamada de ‘coração da casa’”, diz a psicóloga. “Se a gente cozinhar com atenção plena, com intenção de perceber tudo o que está acontecendo ali, vamos entender melhor tudo o que estamos colocando na mesa e, consequentemente, no corpo”.

“Quando eu como algo pronto, eu não sei como aquele alimento foi feito. Mas quando eu cozinho, consigo perceber os ingredientes que estou usando, se estou usando mais alimentos frescos ou industrializados, e ainda a quantidade de cada um. Em resumo, aumentam as minhas possibilidades de fazer escolhas melhores, de cuidar melhor de mim”, orienta.

Combate à compulsão

Um outro benefício de preparar a própria comida, segundo a psicóloga, é desenvolver uma atitude menos compulsiva, não apenas com o alimento: “Quando a gente se propõe a fazer coisas de forma desacelerada, com mais presença, a gente aproveita melhor aquele momento. Começa a treinar uma forma de estar que é menos impulsiva, menos reativa às coisas”.

“Essa pausa na vida corrida, atribulada, da quarentena para preparar o próprio alimento, de uma forma manual, prazerosa, levando uma atenção aberta e curiosa para aquele momento na cozinha, pode nos ajudar a fazer escolhas melhores, menos impulsivas, em qualquer área da vida”, comenta Bianca Meneses.

Pensando apenas na alimentação em si, essa benefício de tomar decisões melhores é ainda maior. “Se você se propõe a estar ali, na cozinha, de forma mais curiosa, mais aberta a tudo, vai estar curtir tudo o que ocorre naquele momento do preparo. Por exemplo, para receber as informações que chegam aos cinco sentidos: as texturas, os aromas, as cores que emergem da comida. Além, é claro, do gosto”, diz Bianca Meneses.

“Ter uma atenção plena no preparo do seu alimento na cozinha é uma oportunidade inclusive de praticar o autoconhecimento. De conhecer melhor suas preferências, seus gostos, o que faz mais sentido para você”, comenta a psicóloga.

Podcast especial com a psicóloga Bianca Meneses sobre os dois lados da cozinha na quarentena

10 UTENSÍLIOS QUE NÃO PODEM FALTAR NA SUA COZINHA

Para elaborar esse guia, ouvimos as orientações da chef Andrea Lúcia, do bistrô e cafeteria Coffeetown, do Corredor da Vitória. Ela é especialista em molhos, inclusive uma adaptação criada por ela do molho barbecue com rapadura que é servido com costelinha.

1) Avental e itens de segurança

A chef pediu para que colocássemos esses itens antes de todos os demais na lista: “Tem que colocar essa dica em primeiro lugar, sempre. Segurança é tudo na cozinha. Uma queimadura é a pior coisa que você pode passar”, alerta ela.

Andrea Lúcia recomenda investir num bom avental e usá-lo o tempo todo no preparo da comida. Além disso, comprar luvas de pano e um kit de luvas descartáveis.

“As luvas de toalha acolchoada são para tirar coisas do forno ou fogão com segurança. Na hora de manusear a comida – cortar algo cru, descascar um ovo, separar uma gema, finalizar uma salada – é bom usar luvas descartáveis. Mas nunca mexer em nada quente ou cozido vestindo elas, pois pode queimar seriamente”, explica a chef.

2) Tábua de polietileno

Esqueça as tábuas de madeira ou de vidro. Andrea recomenda que você compre uma tábua de polietileno, disponíveis em várias cores e modelos e fáceis de encontrar em lojas de variedades. “Elas têm um preço um pouquinho maior, mas vale muito a pena”, diz. Elas servem para cortar todo tipo de alimento, de vegetais até carnes.

Segundo a chef, as tábuas de vidro não são recomendadas porque podem quebrar e machucar alguém. “Já as de madeira são mais difíceis de limpar e com isso podem levar à contaminação cruzada de alimentos, pois sempre fica um restinho de comida nas fibras”, explica.

“As tábuas de polietileno, além de seguras, pois não quebram facilmente, são muito fáceis de lavar. Basta você colocar um pouquinho de água sanitária e esperar, você pode fazer isso de um dia para o outro”, orienta a chef.

As tábuas vêm em diferentes tamanhos

3) Um par de boas facas

Quem é minimamente introduzido à culinária sabe que existe uma infinidade de tipos de faca para esse segmento. No entanto, para quem está começando a cozinhar agora, a chef diz que basta ter em casa dois modelos, orientados por números: a faca nove (9) e a faca doze (12), também conhecida como ‘faca do chef’.

“Elas são as mais versáteis, e com as duas dá para resolver a sua vida na cozinha, com certeza. O importante é terem uma boa fiação, uma boa pegada e estarem sempre bem amoladas”, explica a chef.

“Os demais tipos de faca são para quem tem experiência. Não adianta nada você ter uma faca de destrinchar e não saber destrinchar. Não é algo fácil. Além disso, pode ser perigoso. Se você não souber utilizar, pode até se machucar. Não arrisque”, recomenda.

A faca de chef é a mais versátil do conjunto

4) Descascador de legumes

Essa dica é para poupar tempo na cozinha e ainda evitar o desperdício. Não insista usando facas para descascar os legumes. Simplesmente compre um descascador específico para isso. É muito fácil de achar e a maioria dos modelos ainda vêm com outras funções, como ralador e até mesmo uma concavidade para fazer batata noisette.

“É algo tão simples, sabe? Com ele você consegue tirar facilmente a pele da cenoura, da batata, da abobrinha, sem nenhum desperdício”, resume a chef.

O descascador é fundamental para poupar tempo

5) Fouet

O nome é em francês e você pode até não conhecer, mas certamente vai bater o olho e reconhecer esse item da cozinha. Segundo Andrea Lúcia, a versatilidade do fouet o torna indispensável para qualquer chef ou aventureiro da culinária.

“Você consegue fazer mais facilmente com ele caldos, cremes, molhos para massa, até mingau. Tudo o que precisa ser misturado. Pode até bater uma massa para fazer bolo com esse utensílio. Se seu objetivo é esse, tem que ter um fouet”, conclui.

O nome é em francês, mas é fácil de reconhecer

6) Bowls de vários tamanhos

Você pode até conhecer como tigela, mas o nome desse item na culinária é em inglês, bowl. Não tem muito o que explicar: é um recipiente em que você pode fazer de tudo. Misturar algo, levar um alimento para a cozinha e até mesmo comer direto do bowl.

“Você consegue encontrar bowls disponíveis em diversos tamanhos e materiais nas lojas, e não são caros. E é bom você ter vários deles na cozinha, porque você usa para basicamente tudo. Dá para montar uma salada, misturar um molho, fazer maionese…”, exemplifica a chef.

O ideal é ter vários bowls em casa

7) Pão duro

Mais um nome que surpreende, né? Segundo Andrea Lúcia, ao lado do fouet, o pão duro mostrou-se um utensílio indispensável para a cozinha por conta da versatilidade.

“Ele é o único que consegue fazer o aproveitamento de todo o molho. Se você passa uma colher num molho, sempre fica um pouquinho na parede da panela, né? Porque ela não é reta. Com o pão duro, você passa e ele pega todo o molho, você consegue misturar pegando tudo, não fica desigual o cozimento”, explica.

Essa eficiência do pão duro o torna importante também para quem trabalha com confeitaria. Ele é altamente recomendado para misturar chocolate derretido, por exemplo.

O pão-duro serve para misturar molhos e cremes

8) Conchas e colheres

A versatilidade do fouet e do pão duro não elimina as boas e velhas conchas e colheres. Para servir um molho ou um alimento em caldo, por exemplo, não tem jeito: só a concha salva. E para pegar algo cremoso para colocar numa panela – uma porção de manteiga, por exemplo – você vai precisar da colher.

“O ideal é que as conchas e colheres sejam de polietileno, também. Existem modelos de alumínio, mas eu não recomendo a quem está começando porque tem alguns tipos de panela nos quais você não pode usar itens de alumínio. Então é melhor não arriscar”, explica a chef.

A concha serve para comidas com caldo

9) Sauté

Sentiu falta de uma panela, de algo para levar ao forno? Não sente mais. A panela sauté tem ganhado cada vez mais adeptos por conta da sua versatilidade: ela é um misto de panela comum com frigideira, disponível em vários tamanhos e profundidades. Em resumo, é possível fazer de tudo na cozinha com ela.

“Ela é maravilhosa, você consegue fazer desde um yakisoba até um grelhado com ela. É muito boa também para fazer batata rústica e outros legumes salteados. Quem trabalha com molhos e caldos consegue mexer facilmente com elas, também”, orienta Andrea.

Sauté parece uma frigideira, mas é mais funda

10) Frigideira

Para fazer uma refeição mais leve – tapiocas, omeletes ou mesmo um ovo frito – ainda não inventaram utensílio melhor que a boa e velha frigideira.

“É básica, né? Não tem como não ter uma na cozinha. Até para você ‘chapar’ um bife, como um escalope, por exemplo, ela serve. Você esquenta bastante, pega o bife e encosta na frigideira. Então ela é indispensável”, conclui a chef.

A frigideira não perde a importância

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5) eduK na Cozinha

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