Marcha LGBTI em Maceió pede criminalização da homofobia
Caminhada na orla de Pajuçara também pediu fim do preconceito e violência.
A 8ª edição da Marcha LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexo) foi realizada na tarde neste domingo (26) na praia de Pajuçara, em Maceió. Além da criminalização da homofobia e transfobia, tema deste ano, eles pediram o fim do preconceito e da violência.
A manifestação se concentrou em frente ao antigo Alagoinhas e seguiu em passeata pela Avenida Sílvio Vianna até a Praça Multieventos com música, bandeiras, faixas e palavras de ordem.
O principal tema abordado foi a votação do projeto que criminaliza homofobia. Na última quarta-feira (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para enquadrar a homofobia e a transfobia como crimes de racismo. Seis dos 11 ministros votaram nesse sentido. A análise será retomada no dia 5 de junho com os votos de cinco ministros.
O presidente do Grupo Gay de Maceió, Messias Mendonça, disse que o objetivo da marcha é promover a conscientização da sociedade.
“Precisamos chamar a atenção sobre temas importantes como o acesso ao mercado de trabalho de pessoas trans, além de assistência social, habitação e outras políticas públicas como o centro de referência de acolhimento”, disse Mendonça.
Uma das participantes, Luana Vieira, disse que há uma semana foi vítima de homofobia em uma rua de Maceió. “Fui esfaqueada em dois lugares do corpo por causa do preconceito. Há muito tempo eu participo de ações para lutar contra o preconceito, inclusive com pessoas trans de rua, mas infelizmente casos como esse acontecem”, contou.
A performer Bárbara Nagman também falou sobre a violência contra transexuais. Ela também destacou a importância da aprovação do projeto de criminalização da homofobia e transfobia.
“Há 15 anos participo de paradas em todo Brasil e vejo que muitas pessoas veem nossa luta como um carnaval fora de época, mas não é isso que acontece. É puro preconceito. Muitas conquistas estão sendo feitas, só que ainda precisamos de mais apoio para diversas causas”, comentou.
Familiares e amigos do vereador por Maceió Silvânio Barbosa, morto com 26 facadas no dia 6 de setembro do ano passado, participaram da marcha — Foto: Carolina Sanches/G1
Caso Silvânio Barbosa
Familiares e amigos do vereador por Maceió Silvânio Barbosa, morto com 26 facadas no dia 6 de setembro do ano passado, dentro de seu apartamento no bairro do Benedito Bentes, parte alta de Maceió. O suspeito do crime, Henrique Mateus da Silva Sousa, 18, foi preso dois dias depois na Paraíba e confessou o crime.
“Nunca se falou que foi um crime de homofobia. Acreditamos que, pela crueldade com que aconteceu, foi homofobia a motivação. Estamos aqui na marcha para que esse caso não seja esquecido”, ressaltou a irmã do vereador, Marcela Barbosa.
Casos de violência e preconceito e violação dos Direitos Humanos podem ser denunciados através do Disque 100.