Havan garante ser ‘serviço essencial’ e passa a vender arroz e feijão
A rede de lojas Havan, que vende produtos de utilidade para o lar, passou a incluir em suas prateleiras alimentos como arroz, feijão, macarrão e óleo em meio a uma briga na Justiça para tentar ser considerada atividade essencial e ter todas as filiais funcionando durante a pandemia do novo coronavírus.
O dono das lojas, o empresário Luciano Hang, é apoiador ferrenho de Jair Bolsonaro. A nova linha de produtos é adotada no momento em que o presidente conclamou empresários a “jogar pesado” contra as medidas de restrição decretadas por prefeitos e governadores.
Segundo a Folha, além da inclusão de alimentos da cesta básica em seu portfólio, a estratégia da empresa para se manter operando, enquanto estados e municípios decretam distanciamento, inclui ações judiciais e protestos de funcionários nas portas de prefeituras.
Em conversa com a reportagem, funcionarios revelaram que alimentos como arroz e feijão passaram a figurar nas prateleiras da loja há cerca de duas semanas, já em meio à pandemia e à determinação do fechamento de serviços não essenciais.
O estoque disponível nas lojas, contudo, é sempre baixo. Na unidade de Ribeirão Preto, ao lado do setor de produtos de acampamento, havia nas prateleiras, nesta segunda-feira (18), 20 pacotes de feijão, 18 de arroz, 12 garrafas de óleo, 21 de milho verde, 17 de ervilha, 12 de molho de tomate e cinco de salsicha.
A venda de alimentos da cesta básica reforça um argumento que a Havan tem levado a diversos tribunais pelo país: de que é um hipermercado e não uma loja de departamentos. E, por isso, deve ser considerado serviço essencial.
Ao todo, das 143 lojas da rede, apenas 16 estão fechadas. A maioria das lojas abertas está em Santa Catarina e Paraná, estados que flexibilizaram a abertura de determinados setores do comércio, mas com horário reduzido. As lojas fechadas estão em São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Pará e Acre.