Exposição celebra centenário do pintor e escultor Amilcar de Castro
Quando o isolamento ainda não estava na fase de flexibilização, muitos espaços dedicados às artes plásticas promoveram exposições virtuais, o que permitiu aos seus admiradores, ao menos, matar as saudades de uma visita a um museu. Mas a experiência, por mais moderna que seja, jamais vai se comparar a ver um quadro ou uma escultura ao vivo, afinal o artista, quando concebeu sua criação, pensou em elementos como cores e dimensões para serem apreciados pessoalmente.
Amilcar de Castro (reprodução site Instituto Amilcar de Castro) |
Embora a pandemia ainda esteja longe de acabar – basta observar os índices de contaminação elevados na Europa -, alguns espaços públicos estão voltando a receber as pessoas, desde que o protocolo de segurança seja seguido. A Galeria Pierre Verger e o Goethe Institut já estavam abrigando exposições. Agora, é a Galeria Paulo Darzé, na Vitória, que abre suas portas, com a exposição Amilcar de Castro – 100 Anos, em homenagem ao artista plástico mineiro. No site da galeria e no Instagram, é possível ver o acervo virtualmente. A visitação pessoal precisa ser agendada e o número de visitiantes simultâneos é limitado a cinco.
Chegam a Salvador 45 peças de Amilcar, sendo 25 esculturas em madeira ou aço e 20 pinturas, produzidas entre os anos 1960 e 1990. Todas elas estão à venda e pertencem ao Instituto que leva o nome do artista, que fica em Minas Gerais. “Amilcar de Castro é um dos pioneiros da arte concreta no Brasil, um artista completo, muito premiado. É um prazer muito grande participar desse festejo do cententário de nascimento dele”, diz o galerista Paulo Darzé.
Espaço
Os 280 metros quadrados ocupados pela exposição na galeria são suficientes para que os visitantes mantenham o distanciamento. Além disso, a área é adequada para receber as 45 obras, segundo Darzé: “Dá para abrigar as peças porque as esculturas ficam no chão e as pinturas, na parede. Se fossem só pinturas, seria impossível, porque as obras de Amilcar são muito ‘limpas’ e precisam de uma leitura solitária”.
Para selecionar as obras, Darzé foi até a sede do Instituto, onde teve o auxílio de Rodrigo de Castro, filho de Amilcar, e também artista plástico. Rodrigo diz que o pai se dividiu entre a pintura e a escultura até o fim da vida: “Ele não tinha preferência por uma ou outra. Dependendo de como acordasse naquele dia, fazia uma ou outra. Em Salvador, estão telas espetaculares, grandes, bonitas e algumas nunca exibidas fora do Instituto”.
A primeira experiência de Amilcar nas artes foi no desenho e, só depois, começou a fazer esculturas, como lembra Rodrigo: “A maneira que ele usava para pensar e desenvolver o pensamento sempre foi o desenho. Ele sempre desenhava para ver o que ia fazer e, desenhando, deu vontade de experimentar o desenho em forma tridimensional”.
Amilcar começou a estudar desenho com o pintor Guignard (1896-1962), enquanto estudava direito, em Belo Horizonte. Mas, para decepção do pai, que era desembargador, a vocação para as artes acabou prevalecendo. Rua Dr. Chrysippo de Aguiar, 8 – Vitória.
Serviço
Já Aberta Para Visitição, com agendamento por telefone (3267-0930), em razão da pandemia.
Visitação virtual pelo site paulodarzegaleria.com.br ou no Instagram @paulodarzegaleria.