Diamantes não eram alvo de ladrão que invadiu apartamento de Carlinhos Maia

O relógio de edição limitada e o colar de diamantes, que juntos somam mais de R$ 2,5 milhões, não eram alvo dos ladrões que invadiram o apartamento do influenciador digital Carlinhos Maia, em maio deste ano. O ladrão Eliabio Custódio Nepomuceno, que já tinha confessado o roubo e afirmado que não há participação de pessoas ligadas a Carlinhos, detalhou como entrou no imóvel do influenciador e o que buscava no local.

“Já vinha acompanhando a vida do seu Carlinhos pela rede social dele. Pelo que ele postava, tudo direitinho. E eu vi que ali podia ter uma oportunidade”, contou o criminoso em vídeo exibido com exclusividade pelo Fantástico, da TV Globo nesse domingo (21).

O alvo dos ladrões eram relógios de luxo, mas de valores modestos, se comparado ao levado de dentro do cofre. “Quando cheguei lá, vi as caixas de Rolex, mas não tinha os Rolex. Tava tudo seco. E fui vasculhando o quarto, para ver se encontrava alguma coisa de valor, quando abri o guarda-roupa dele me deparei com o cofre. E peguei o cofre, um cofre portátil”, lembrou Eliábio. Logo após achar o cofre, ele foi embora e entrou no carro, a caminho de Campina Grande. Foi só aí que descobriu que dentro do cofre não estavam os relógios Rolex, mas sim diamantes e um outro relógio, de edição limitada. “Eu nunca peguei um relógio nesse valor, desse tanto, e não conheço ninguém que compre um nesse valor”, acrescentou o criminoso, que já tinha sido preso nos estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco.

De acordo com a polícia, o alto valor dos produtos dificultou o repasse para receptadores. “Acabou que ele acertou em bens de valores muito maiores e isso, de certo  modo, dificultou a venda, o repasse para um receptador e ele teve que guardar aqueles produtos do crime para esperar, como ele mesmo usou a expressão, que a poeira baixasse”, disse o delegado Lucimério Campos, um dos responsáveis pelas investigações.

A invasão – Eliabio conta que teve acesso ao prédio onde Carlinhos mora através de um hotel, que fica vizinho ao empreendimento. “Quando eu entro dentro do hotel, fico nos arbustos, subo por cima de uma varandinha e aí desço uma escada de escalador. Vi que o porteiro tava no canto dele e nem se mexia, tudo ok. Olhei pra garagem e fiquei só aguardando se descia alguém ou se chegava algum carro.  Até mais ou menos, se eu não me engano, umas onze horas, por aí. Ou mais um pouquinho. E eu subi a escada”, detalhou.

O criminoso, que tem curso de operador de vigilância, disse ainda que depois de entrar no prédio já sabia o andar e o apartamento do influenciador. “Chegando na escada, o apartamento dele eu sabia. Eu fui olhando logo se tinha alguém dentro do apartamento. Vi que não tinha e fui acendendo algumas luzes porque estava muito escuro”. 

Exposição chama atenção de criminosos – O delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, fez um alerta de que certas informações, se postadas em rede social, podem contribuir para a ação de criminosos. “Isso traz uma certa facilidade para criminosos que trabalham com esse tipo de delito. Utilizam dessas informações e montam toda a cena de um crime”, frisa Gustavo Xavier.