Defesa alega que homem que matou moradora de rua estava com bolsa de dinheiro; polícia descarta legítima defesa

A advogada de Aderbal Ramos de Castro, preso por matar a moradora de rua Zilda Henrique dos Santos Leandro, informou que seu cliente estava com uma bolsa de dinheiro no momento em que foi abordado.

Na madrugada de sábado, Aderbal matou Zilda a tiros depois que ela o abordou pedindo R$ 1 para comprar pão. O crime aconteceu na Rua Barão do Amazonas, uma das principais vias do Centro de Niterói.

A advogada Renata Lopes, uma das responsáveis pela defesa de Aderbal, não informou qual o valor em dinheiro que ele carregava. “Não importa se foi R$ 1 ou não. O que importa é que o dinheiro estava dentro da bolsa. Sobre o valor que ele carregava, isso não importa”.

Em entrevista concedida na quarta-feira (15), o delegado Bruno Reis disse que Aderbal alegou que reagiu a uma tentativa de assalto, mas a polícia não acredita nessa possibilidade.

“Pelo menos até agora, a hipótese alegada de legítima defesa é fantasiosa. No depoimento, ele disse que não sabia nem se a vítima era homem ou mulher. Apenas que se assustou por achar que seria assaltado e atirou”.

“Não se sabe se ele se confundiu, se assustou, o que que aconteceu… O fato é que ele simplesmente atirou numa pessoa que tava pedindo dinheiro pra ele. Não teve nenhuma conduta de ameaça, qualquer coisa do gênero.”

 

Delegado Bruno Reis: "Versão que alega legítima defesa é fantasiosa". — Foto: Carlos BritoDelegado Bruno Reis: "Versão que alega legítima defesa é fantasiosa". — Foto: Carlos Brito

Delegado Bruno Reis: “Versão que alega legítima defesa é fantasiosa”. — Foto: Carlos Brito

Ainda segundo Reis, Aderbal tem posse, mas não porte de armas. E, em função disso, não poderia estar armado na rua já que a posse de arma autoriza apenas ter arma em casa.

“Ele confirmou que mantinha aquela arma em casa, mas que, naquele dia, decidiu levá-la ao trabalho porque tinha medo de ser assaltado no caminho”, explicou o delegado.

A polícia ainda destacou que Aderbal não era segurança de ruas do Centro de Niterói, como acredita a irmã da vítima, mas dono de um comércio na região.

A polícia chegou a Aderbal por meio da utilização das câmeras do circuito de segurança da Prefeitura de Niterói. Ele não possui antecedentes criminais.