Igreja e rádio são suspeitas de movimentar bilhões em lavagem de dinheiro; operação mira 5 estados

Ambas ficam em Vespasiano, na Grande BH. Uma padaria movimentou montante de R$ 30 milhões.

Uma rádio e uma igreja evangélica, em Vespasiano, na Grande BH, são suspeitas de movimentar mais de R$ 6 bilhões em lavagem de dinheiro, nos últimos cinco anos, por meio de crimes como estelionato e tráfico de drogas.

De acordo com as investigações, que começaram há dois anos, os suspeitos abriam empresas, que não tinham funcionários e nem emitiam notas fiscais, para lavar o dinheiro. Uma dessas firmas de fachada, do setor de eletrônicos, também em Vespasiano, movimentou R$ 80 milhões.

Na cidade, além dessa empresa, foram cumpridos mandados na igreja e no endereço de um dos investigados, onde funciona a rádio. Os nomes não foram divulgados.

A apuração também identificou empresas que de fato funcionam, mas têm uma movimentação muito acima do esperado. É o caso de uma padaria, que fica em São Paulo e movimentou R$ 30 milhões.

Na segunda fase, será analisado todo o material apreendido. A investigação também segue para descobrir a origem do dinheiro e até onde ele chegou.

“Na cidade de Vespasiano foram cumpridos trê mandados de busca e apreensão, na residência de um investigado, residência essa também que funcionava como sede de uma rádio, e também sede de uma empresa fantasma. Empresa essa que nunca emitiu documentacao fiscal e que nunca teve empregados cadastrados nos órgaos competentes. E também foi cumprido numa igreja um mandado de busca e apreensão”, explicou o delegado Marcus Vinícius Leite.
Fraudes
Para combater as fraudes, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos, nesta terça-feira (30), em Minas Gerais, São Paulo, Alagoas, Tocantins e Amapá durante a “Operação Mamon”.

Veja a quantidade de alvos por estado:

3 em Minas Gerais;
2 em São Paulo;
1 em Alagoas;
1 no Amapá;
1 no Tocantins.
Ainda houve sequestro de veículos e valores em conta bancária, no montante de R$ 170 milhões, que também foram determinados pela Justiça.

As apurações são do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e da Polícia Civil de Minas Gerais.

‘Mamon’
Mamon é um termo de origem aramaica que significava, inicialmente, dinheiro, mas passou a representar também uma divindade síria ligada à riqueza. Depois, essa divindade foi lida pelos cristãos como um demônio que personificava o pecado capital da avareza e seria um dos sete príncipes do inferno.