Investimentos de mineradoras na Bahia até 2025 deve passar de R$ 3,5 bilhões

Produção mineral baiana é a quarta maior do país

Quarta maior produtora de bens minerais do Brasil, a Bahia deve receber mais de R$ 3,5 bilhões em investimentos privados em mineração até 2025, segundo levantamento realizado pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). O valor é a soma dos anúncios de expansão feitos por oito das treze maiores empresas do setor no estado.

Só a Atlantic Nickel pretende investir R$ 1,8 bilhão na implantação de uma mina subterrânea em Itagibá. A operação será dividida em duas fases. Inicialmente, será mantida a exploração da mina a céu aberto até 2028. Nesse período, a empresa irá avançar na sua capacidade de produção, estimada entre 20 e 25 mil toneladas anuais de níquel contido no concentrado. A partir daí, começaria a segunda fase com a implantação de uma mina subterrânea com capacidade de exploração por mais 26 anos.

Em Curaçá, norte do estado, a Mineração Caraíba já investiu R$ 58 milhões no projeto de reabertura da mina de cobre de Surubim. O retorno das operações está previsto para janeiro e vai abrir 250 novos postos de trabalho diretos. Segundo o diretor de operações da empresa, Manoel Valério, todos os funcionários que trabalhavam na mina quando ela foi fechada em 2015 foram convidados a retornar aos postos de trabalho.

Tradicional produtor de ouro, o município de Santaluz verá o retorno da produção na Mina C1 a partir de agosto do ano que vem, com 1500 postos de trabalho. A Equinox Gold está investindo R$ 400 milhões no projeto. Os primeiros estudos na região, que vieram a consolidar o potencial econômico para mineração de ouro, foram desenvolvidos pela CBPM.

A produção de ouro também deve crescer em Jacobina. A Yamana Gold está investindo R$ 300 milhões nas suas mina e planta de processamento do metal nobre no município entre 2021 e 2022. Com a expansão, a produção de ouro anual em Jacobina pode saltar das atuais 168 mil onças produzidas em 2019 para 230 mil onças.

Em Brumado, a RHI Magnesita está investindo R$ 200 milhões na construção de um novo forno industrial, que vai dar mais competitividade à empresa no mercado internacional e prolongar a vida útil da mina, dos atuais 47 anos para 120. A expectativa é de que aproximadamente 350 pessoas estejam atuando diretamente na execução do projeto, entre mão de obra local e externa. “Uma obra com essa magnitude gera oportunidades de empregos diretos e indiretos, mas também contribui para o comércio e os serviços do município e da região”, explica Francisco Carrara, CEO da empresa no Brasil.

Já a Largo Resources, que opera em Maracás a única mina de vanádio da América Latina, vai investir R$ 80 milhões na produção de dois novos compostos, o Trióxido de Vanádio, voltado para mercados que requerem produtos de alto teor de pureza, e o Ferro Vanádio, utilizado na produção de aço.  As operações visam obter produtos de maior valor agregado.

Com operações em diversos municípios baianos, a Ferbasa vai investir R$ 500 milhões para reduzir custos e aumentar a escala da produção. Segundo o presidente da Companhia, Márcio Barros, a meta é que toda a produção de ferroliga seja verticalizada, com extração de minério, geração de energia e fabricação do coque metalúrgico. Outro objetivo da empresa é aumentar a produção de cromo, das atuais 40 mil toneladas de concentrado mensais, para 60 mil.

À espera da Fiol, Bamin investe R$190 milhões no Porto Sul
Outra mineradora que está com investimentos planejados é a Bamin. A empresa pretende usar um terço da capacidade operacional da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) para escoar a sua produção de minério de ferro em Caetité até o Porto Sul, em Ilhéus. A empresa recebeu em agosto a permissão para tocar as obras do terminal de uso privado (TUP) onde fará o carregamento do material a ser exportado.

Com 80% das obras concluídas, o trecho da Fiol 1 da Fiol, que vai de Caetité a Ilhéus, aguarda desde o início de 2019 um parecer positivo do ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU). A autorização do TCU é apontada como o último obstáculo para que a licitação para conclusão das obras possa ser realizada e abrir uma perspectiva de funcionamento para o equipamento.

A ferrovia será fundamental para a economia baiana por estabelecer alternativas mais econômicas para os fluxos de carga de longa distância; favorecer a multimodalidade; interligar a malha ferroviária brasileira, com sua futura conexão com outras ferrovias – Centro – Atlântica (FCA), de Integração do Centro-Oeste (FICO) , e a ferrovia Norte-Sul -, incentivar e viabilizar investimentos que irão incrementar a produção e induzir a processos produtivos modernos em todo estado.

Esse conteúdo tem o oferecimento da Mineração Caraíba e o apoio institucional da CBPM.