Brasil cria 314 mil vagas formais em setembro, o melhor resultado para o mês desde 1992
O mercado de trabalho brasileiro registou em setembro o terceiro mês consecutivo de saldo positivo na criação de postos de trabalho formal. No último mês, foram registrados 313.564 novas vagas com carteira assinada ante desligamentos – o melhor resultado para o mês desde 1992, quando iniciou a série histórica –, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira, 29. O saldo é o resultado de 558.597 contratações diante de 1.065.945 demissões. No acumulado do ano, o saldo é negativo em 849.387 vagas de emprego, decorrente de 10.617.333 admissões e 11.175.930 desligamentos.Em agosto, o saldo encerrou com 249.388 vagas criadas a mais que fechadas.
Os dados mostram que houve abertura de vagas em todas os cinco segmentos classificados pelo Caged. O bom desempenho do mês foi puxado principalmente pela indústria da transformação, com 108.283 vagas a mais. Já o setor de serviços praticamente dobrou a criação de vagas em setembro na comparação com agosto, passando de 42.545 para 80.481. Destaque para a área de alojamento e alimentação, que teve resultado positivo pela primeira vez desde o início da pandemia com a abertura de 4.637 novas vagas. No comércio foram 69.239 novos postos, na construção 45.249 e na agropecuária 7.751. As cinco regiões do país registraram saldo positivo em setembro. A alta no Nordeste foi a maior, com 1,38%, somando 85.336 novos postos, seguido pelo Norte, com aumento de 1,15% e 20.640 novas vagas de emprego com carteira assinada. No Sul, a alta foi de 0,85% e 60.319 novas vagas, no Sudeste, 0,65% e 128.094, e no Centro-Oeste, 0,59% e 19.194 novas vagas.
A capacidade para criar postos de trabalho é um dos termômetros para medir o desempenho econômico do país. Em abril, no auge da crise causada pelo novo coronavírus, o Caged registrou saldo negativo de 927.598 demissões a mais que contratações. A taxa de desemprego brasileira somou 13,5 milhões de brasileiros em setembro, alta de 4,3% em comparação ao mês anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados fazem parte do levantamento mensal da Pnad Covid-19, que mede os efeitos da pandemia do novo coronavírus no país. O avanço da população desocupada bateu recorde em setembro e acumula alta de 33,1% desde o início da pesquisa. A taxa de desocupação subiu de 13,6% em agosto para 14% em setembro, também a maior da série histórica.