Evolução do emprego na construção civil é a maior em oito anos, aponta pesquisa da CNI

Nível de atividade do setor também subiu em setembro, e empresários se mostram otimistas. Apesar disso, quase 40% do consultados apontam que há falta ou alto custo da matéria-prima. O índice de evolução do número de empregados da construção civil cresceu 0,6 ponto percentual, para 50,1 pontos em setembro, informou nesta quarta-feira (28) a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em pesquisa que ouviu 461 empresas do setor entre 1º a 14 de outubro.
Valores acima de 50 indicam aumento do emprego frente ao mês anterior, e resultados abaixo de 50 pontos indicam queda na mesma comparação.
De acordo com a entidade, essa foi a quarta alta consecutiva do índice, que se afastou ainda mais da sua média histórica de 43,9 pontos. Com isso, o indicador atingiu o maior patamar desde abril de 2012 (51 pontos), ou seja, em pouco mais de oito anos.
“Se olharmos a série histórica, vamos ver que faz muito tempo que o índice de evolução do emprego não cruza a linha divisória de cinquenta pontos como ocorreu no mês de setembro. Esse é um dado importante. Só não podemos esquecer que as altas registradas foram precedidas por fortes quedas observadas em março e abril, que haviam levado o emprego a um patamar muito baixo”, avaliou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
O índice de evolução do nível de atividade da construção civil, por sua vez, está em 51,2 pontos, com queda de 0,2 ponto em relação ao patamar agosto. Como segue acima da marca dos 50 pontos, a CNI explica que isso indica “aumento do nível de atividade da indústria da construção” na comparação com o mês anterior.
Ao mesmo tempo, o nível de utilização da capacidade operacional, ou seja, da capacidade de produção do setor, cresceu em setembro pelo quinto mês consecutivo, com alta de dois pontos percentuais, para 62%. “O percentual é idêntico ao registrado em setembro de 2019, e supera os percentuais registrados entre os anos de 2015 a 2018”, informou.
Otimismo e custo de matérias-primas
Ainda de acordo com o levantamento, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-Construção) se manteve estável entre setembro e outubro, em 56,7 pontos.
“A estabilidade ocorre após cinco altas seguidas, se dá em patamar elevado e aponta para um sentimento de confiança otimista e disseminado entre os empresários da indústria da construção”, avaliou a CNI.
Acrescentou que a estabilidade acontece depois de cinco altas consecutivas, que levaram o índice a recuperar a maior parte da queda da confiança acumulada em março e abril.
A entidade informou também que, em primeiro lugar no ranking de principais problemas enfrentados pela indústria da construção no terceiro trimestre, está a falta ou alto custo da matéria-prima, indicado por 39,2% dos empresários.