Comissão de delegados vai investigar desaparecimento de homem após abordagem policial no Jacintinho, em Maceió
Jonas Seixas da Silva, de 32 anos, desapareceu no dia 9 de outubro. Família diz que ele chegava em casa, na Grota do Cigano, quando foi levado por policiais. Jonas Seixas desapareceu no dia 9 de outubro após abordagem policial no bairro do Jacintinho, em Maceió, AL
Arquivo pessoal
Uma comissão de delegados vai apurar o desaparecimento do servente de pedreiro Jonas Seixas da Silva, 32 anos, que está sumido desde o dia 9 de outubro, segundo a família. Nesta terça-feira (27) a Direção Geral da Polícia Civil nomeou os delegados Eduardo Mero, Rosimeire Vieira e Bruno Emílio para coordenar os trabalhos investigativos sobre o caso.
A portaria com a nomeação da comissão será publicada no Diário Oficial do Estado (DOE-AL).
A mãe de Jonas, Claudineide Seixas, contou para a reportagem do G1 que três policiais vasculharam a casa do filho informando que estavam cumprindo mandados de prisão, busca e apreensão mas, segundo ela, o documento não foi mostrado. Jonas não estava em casa e ela disse que nada foi encontrado dentro da residência.
Ainda segundo a família, quando os policiais já estavam indo embora encontraram o servente de pedreiro chegando em casa. Foi quando houve a abordagem e Jonas foi colocado dentro da viatura. A mãe disse que ele questionou aos policiais o motivo da prisão, porém não houve diálogo.
“Os policiais chegaram na casa dele, a esposa tinha acabado de chegar do trabalho. Ele é servente de pedreiro e ela diarista. Hoje faz quase 20 dias que ele desapareceu e não temos nenhuma notícia. Jogaram ele na mala com spray de pimenta contra meu filho e ainda disseram que iam levar Jonas para a Central de Flagrantes”, disse Claudineide.
Assim que a viatura saiu a esposa de Jonas se encaminhou imediatamente até a Central de Flagrantes onde permaneceu por quase 5 horas mas a viatura não chegou. A família já procurou em hospitais, foi até a Casa de Custódia, fez buscas em outros lugares mas até o momento não tem notícias do paradeiro dele.
A mãe de Jonas também contou que ele já foi preso em 2010 por tráfico de drogas, cumpriu a prisão, foi solto e atualmente estava trabalhando. Jonas tem dois filhos, uma menina e um menino, ambos ficaram em estado de choque ao saber sobre desaparecimento do pai.
Família e amigos fizeram protestos
Familiares e moradores já fizeram dois protestos pedindo que o desaparecimento seja investigado. Um no Centro de Maceió e outro no Jacintinho, quando os manifestantes interditaram a avenida Cleto Campelo com pneus.
“Quando a gente estava lá chegou uma guarnição da polícia para pedir para acabar. Um dos policiais disse que viu o caso e lembrou que os policiais deram uma prensa em Jonas e soltou em Cruz das Almas. Se eles tivessem soltado meu filho na Cruz das Almas, [provavelmente] ele estaria em casa”, disse a mãe.
A família procurou o Ministério Público (MP-AL) e a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL) além de registrar Boletim de Ocorrência. A esposa de Jonas prestou depoimento na Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic).
Na última sexta-feira (23) a OAB se manifestou informando que o MP-AL atendeu ao ofício enviado pela Comissão e requisitou a instauração do inquérito policial pela Polícia Civil.
A mãe faz um apelo às autoridades.
“Não tem notícia sobre o caso, nenhum resposta. A polícia foi na casa dele, pegou ele, dizendo que tinha mandado de prisão, que até agora não apareceu, e o menino some? Levaram ele para onde? Onde está o Jonas? Eles têm que dizer para onde eles levaram o Jonas. Não pode levar a pessoa de casa e sumir, não pode.”
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