Fabricante de processadores AMD faz acordo para comprar rival Xilinx por US$ 35 bilhões


Negócio intensifica competição com a Intel e deve criar empresa com 13 mil trabalhadores. Lisa Su, presidente e diretora executiva da AMD, em apresentação durante a CES 2019, em Las Vegas.
REUTERS/Steve Marcus
A projetista de processadores AMD anunciou nesta terça-feira (27) a compra da rival Xilinx por US$ 35 bilhões em ações, intensificando competição com a Intel no mercado de centrais de processamento de dados.
O acordo, que a AMD espera concluir até o final de 2021, vai criar uma empresa com 13 mil trabalhadores. O negócio precisa ser aprovado pelos acionistas e reguladores.
AMD e Xilinx têm se beneficiado de uma estratégia mais enxuta para conquistar participação de mercado da Intel, que tem enfrentado dificuldades com a produção de seus processadores.
Atualmente, as duas companhias terceirizam parte de suas operações, dependente em alto grau da Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC), empresa que realiza a fabricação dos semicondutores.
Concorrência com a Intel
Desde que a diretora executiva da AMD, Lisa Su, assumiu o comando da empresa em 2014, ela vem concentrando a estratégia de enfrentar a Intel no mercado de data centers, onde aplicações de computação em nuvem como telecomunicações e inteligência artificial são processadas.
A Xilinx também tem trabalhado para ampliar sua participação de mercado neste segmento, com processadores programáveis que ajudam a acelerar tarefas especializadas como compressão de vídeo ou codificação de dados.
A principal rival da empresa na área, Altera Corp, foi comprada pela Intel em 2015 por US$ 16,7 bilhões.
“Há algumas áreas onde somos muito fortes e vamos poder acelerar parte da adoção da família de produtos da Xilinx”, disse Lisa Su à Reuters.
“E há algumas áreas em que a Xilinx é muito forte e acreditamos que vamos poder acelerar alguns produtos da AMD.”
Fabricação em Taiwan
O negócio foi anunciado em um momento em que a tecnologia de produção da Intel ficou anos defasada em relação à da taiwanesa TSMC – que tem acordo com a AMD para produzir seus chips.
A AMD, que vendeu suas fábricas quase uma décadas atrás, disparou com chips que possuem performance melhor, segundo especialistas.
A vantagem de performance ajudou a companhia americana a ganhar terreno desde 2013, quando sua fatia do mercado era de menos de 20%. Neste ano, as ações da AMD acumulam valorização de 79%.
A Xilinx também usa as fábricas da TSMC para produzir seus chips e ambas as companhias norte-americanas usam projetos modulares que as ajudam a substituir diferentes partes de um processador para evitar gargalos ou atrasos de produção.
A AMD divulgou resultados trimestrais nesta terça-feira. A companhia teve receita de 2,8 bilhões de dólares e lucro equivalente a 0,41 dólar por papel, superando expectativas de Wall Street de 0,36 dólar, segundo dados da Refinitiv.
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