‘Há politização de questão técnica de ambos os lados’, diz Augusto Nunes sobre vacina chinesa
Um dia após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciar que o governo federal tinha a intenção de comprar 46 milhões de doses da Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan com tecnologia do laboratório chinês Sinovac, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 21, que decidiu não adquirir as doses. “O povo brasileiro não será cobaia de ninguém”, disse nas redes sociais. Para o comentarista Augusto Nunes, do programa Pingos nos Is, da Jovem Pan, as falas do presidente, do ministro da Saúde e do governador de São Paulo, João Doria, sobre o assunto, mostram que há uma “politização” de ambos os lados para uma questão técnica e econômica.
“A vacina foi prometida para dezembro, ficou para janeiro, talvez não fique pronta em janeiro e já estamos em uma guerra por causa disso. Não deve ser tratada ideologicamente essa questão. Essa questão é técnica. Se a vacina chinesa funcionar, ela pode ser usada. Se ela for eficaz, ela pode ser usada. Se não for, não é usada. Isso vale para todas”, pontuou. Ele disse também que até o momento não é possível saber qual vacina é eficaz contra a doença durante a fase de testes, que é extensa, e que a falta de comunicação dentro do governo pode ser prejudicial. “Já criamos uma crise que pode resultar na saída do ministro da saúde porque é colisão frontal. O governo precisa agir de forma mais coesa, com uma coordenação melhor”, afirmou.
O comentarista falou, ainda, que a comunidade internacional deveria considerar aplicar punições ao país oriental pelos danos causados nos Produtos Internos Brutos alheios. “Acho que a China tem que ser obrigada a pagar indenizações aos países atingidos, até porque está com o PIB em bom estado de saúde depois de ter provocado doenças profundas em todas as outras nações”, afirmou.