Integrantes da Maglore dão ‘aulas’ para os fãs na quarentena

Felipe Dieder (bateria), Lucas Oliveira (baixo e voz), Lelo Brandão (guitarra e synth) e Teago Oliveira (voz e guitarra)

Lá se vai praticamente um mês de quarentena e os artistas vão tentando se reinventar. E não é só de lives que eles vivem. A Maglore, que chegou a realizar uma apresentação ao vivo pelo Instagram, foi além e resolveu fazer algo diferente para se comunicar com a sua base de fãs: Felipe Dieder (bateria), Lucas Oliveira (baixo e voz), Lelo Brandão (guitarra e synth) e Teago Oliveira (voz e guitarra) agora estão online ensinando seus seguidores das redes sociais a tocarem suas canções.

“A ideia partiu de Dieder e Luquinhas. Dieder começou a fazer as lives em casa porque tinha muita gente mandando mensagem, perguntando como tocava uma ou outra música nossa. Aí, ele começou a fazer, de forma bem didática. E Lelo seguiu”, diz Teago. Até agora, as faixas Mantra, Me Deixa Legal e Se Você Fosse Minha ganharam espaço no IGTV do grupo. Nos próximos dias, a canção Aquela Força, uma das preferidas dos admiradores do grupo, vai ganhar destaque. O mesmo deve ocorrer com Dança Diferente, em breve.

Teago ainda não bancou o professor nesta quarentena, como já fizeram os colegas da banda. Bem humorado, ele tira sarro com a própria cara: “Eu não estudei música formalmente, preciso aprender direito os nomes dos acordes. Não sei nem ensinar a cantar, sou um inútil mesmo”, diz, gargalhando, diz o músico. “Luquinhas e Lelo sabem tudo. Já eu, não consigo nem ensinar a cantar e tenho receio de ensinar algo errado”, diverte-se.

As canções foram escolhidas com base em pedidos dos fãs e também de acordo com a simplicidade delas. “Dieder, por exemplo, pegou Mantra, que tem uma ‘batera’ visivelmente simples, que não exige virtuose. No meu Instagram, vou ensinar Se Você Fosse Minha, que, para quem toca o básico de violão, é simples”.

Para Teago, as lives e as aulas online são uma forma de se comunicar com os admiradores do grupo e, de alguma forma, preencher a agenda de shows da banda, suspensa desde o início de março. “Inicialmente, achávamos que o problema do coronavírus ia se resolver em um ou dois meses, mas estamos vendo que não será assim. Acredito que não será seguro fazer shows por pelo menos uns três ou quatro meses”. O músico ressalta que os meses de abril e maio são, tradicionalemente os mais cheios na agenda da banda.

O vocalista diz que a quarentena pode estar apresentando um novo caminho para a indústria musical: “Espero que a iniciativa privada abrace as causas dos artistas e assim se desenvolvam mecanismos para que profissionais da música possam monetizar de forma digna seu trabalho via internet”. Mas Teago faz questão de dizer que os shows continuarão sendo prioridade: “A vida nossa é o palco!”.

Rotina na quarentena

Para Teago, a quarentena tem outro impacto: interrompeu a sequência de apresentações que ele vinha fazendo de seu primeiro trabalho solo, lançado no final do ano passado. “Esse disco solo tem uma pegada diferente do trabalho com a Maglore e eu estou chegando a um público bem diferente, que não ouve muito a banda”, revela.

Enquanto está em casa, Teago preenche o tempo de diversas formas. Uma, claro é compondo. Pouco antes de atender à ligação deste repórter, ele estava criando a letra para uma música da mineira Luiza Brina, que é da banda Graveola e tem uma carreira solo paralela.

E quandoi não está fazendo música, ele corre para o videogame, para jogar X-Com ou Cavaleiros do Zodíaco. Também apresentou aos amigos que moram com ele os filmes de um de seus cineastas favoritos, Stanley Kubrick. Com destaque, naturalmente, para 2001 – Uma Odisseia no Espaço. “O melhor filme do mundo”, decreta o músico, que aproveita também para reler 1984, de George Orwell.