Unicamp reinicia atividades presenciais nesta segunda com até 20% dos servidores, testes e aplicativo para monitorar saúde
Primeira etapa prevê retorno de até 2 mil funcionários para trabalho administrativo e de suporte. Aulas presenciais voltam em 16 de novembro, com prioridade a trabalhos laboratoriais e que não possam continuar remotas. Estudantes no campus da Unicamp, em Campinas, antes da pandemia
Fernando Pacífico / G1
Sete meses após suspender as atividades presenciais por conta da pandemia do novo coronavírus, a Universidade de Campinas (Unicamp) inicia nesta segunda-feira (19) a retomada gradual com no máximo 20% dos servidores com funções administrativas e ainda sem aulas. Definido em 14 de setembro, o cronograma de retomada prevê a testagem de todos os profissionais, a obrigação de assistirem a videoaulas sobre as medidas sanitárias e o monitoramento diário da condição de saúde por meio de um aplicativo.
Reitor da universidade, Marcelo Knobel explica que no máximo 2 mil trabalhadores voltam nesta segunda, já que há aproximadamente 10 mil servidores ativos. No entanto, ele estima que o número vai ser menor, já que parte dos institutos optou por iniciar a retomada com bem menos do que os 20% permitidos na primeira etapa. A regra é manter em trabalho remoto tudo que for possível.
O cronograma
19/10: até 20% de servidores;
02/11: até 40% de servidores;
16/11: até 60% de servidores, até 25% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 25% de crianças atendidas pelo Centro de Convivência Infantil/Serviço Socioeducativo;
30/11: até 80% de servidores, até 50% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 50% de crianças atendidas pelo Centro de Convivência Infantil/Serviço Socioeducativo;
14/12: até 100% de servidores, até 75% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 75% de crianças atendidas pelo Centro de Convivência Infantil/Serviço Socioeducativo;
23/12 a 04/01/2021 – recesso de fim de ano
04/01/2021: até 100% de servidores, até 100% de alunos de graduação, pós-graduação e extensão e até 100% de crianças atendidas pelo Centro de Convivência Infantil/Serviço Socioeducativo;
Knobel afirmou que esse mês de intervalo entre a publicação do cronograma e o retorno de fato foi fundamental para colocar em prática os protocolos e organizar espaços físicos. Ele não descarta a possibilidade da instituição retroceder nas medidas se a pandemia exigir.
“Estamos fazendo testes de Covid-19 em massa para toda comunidade da universidade, então foi realmente um tempo necessário, importante, que permite que a gente faça essa retomada, que a gente chama de retomada gradual e parcial (…) A gente teve um tempo muito bem pensado justamente para acompanhar a evolução da pandemia neste momento e acompanharmos o que é possível fazer, parar, melhorar, voltar atrás, ou seja, ter realmente as possibilidades de se adaptar”.
A Unicamp foi a primeira universidade pública brasileira a interromper as atividades, em 13 de março. Desde então, apenas o complexo hospitalar, o restaurante e setores de compras e recursos humanos funcionaram. Houve, também, a exceção para laboratórios com estudos ligados ao coronavírus receberam pesquisadores, quando aprovado pelo instituto.
Vista aérea da Unicamp, em Campinas
Antoninho Perri/Ascom/Unicamp
Aplicativo e testes
O reitor também explicou que os profissionais que retornam devem responder, diariamente, um inquérito de saúde por meio do aplicativo desenvolvido pela universidade. A plataforma vai consolidar informações sobre possíveis sintomas e definir se o servidor está apto a trabalhar. Todos também farão testes RT-PCR.
“Todos os dias os servidores serão obrigados a entrar no aplicativo, que pode ser acessado via celular ou computador, e tem umas perguntinhas se está com febre, tosse… Tem um inquérito de saúde que tem que ser respondido seguindo os padrões internacionais. O aplicativo mostra também os testes que foram realizados e se a pessoa deve ou não ir para o trabalho”.
Os testes disponíveis para toda a comunidade acadêmica da Unicamp foram enviados pelo Instituto Butantan e são realizados no próprio complexo hospitalar a instituição, em Campinas.
E as aulas presenciais?
A universidade definiu para 16 de novembro o início do retorno das aulas presenciais de graduação e pós. O reitor afirmou que a retomada também será parcial e gradual, com 25% na primeira etapa. Além disso, que os institutos estão orientados a manter, sempre que possível, as atividades remotas pelo menos até março de 2021.
Serão priorizados as aulas que dependem de atividades laboratoriais para concluir trabalhos. “Cada unidade fez o seu plano, a sua preparação, e naturalmente pensando nesse momento de organizar tudo para o retorno dos estudantes daqui a um mês, que também será gradual e parcial, e as atividades de pesquisa que estão paradas. Então privilegiarmos certamente essas atividades que precisam da presença no laboratório, no grupo de pesquisa”.
“Certamente as unidades que têm laboratórios que precisam de pesquisa experimental. (…) Na física, na química, em algumas engenharias, sem esses laboratórios você não consegue fazer a pesquisa, então certamente essas unidades terão este pessoal já parcialmente voltando”.
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