Moradores de Paripueira realizam ato contra futura atuação da Braskem no Litoral Norte de Alagoas

Empresa pesquisa potenciais reservas de sal na região e disse que tem compromisso de não explorar sal-gema em áreas urbanas do estado. Moradores temem que Norte do estado sofra com instabilidade do solo como ocorreu em bairros de Maceió. Moradores de Paripueira fazem ação contra futura atuação da Braskem no Litoral Norte de Alagoas
Arquivo Pessoal
Moradores de Paripueira realizaram um movimento neste domingo (11) contra uma futura atuação da Braskem na Região Norte de Alagoas. Em 2019, a empresa pediu autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM) para realizar pesquisa mineral em Ipioca, bairro de Maceió, e nos municípios de Paripueira e Barra de Santo Antônio.
As solicitações da empresa foram para realizar a pesquisa em sete áreas, cada uma com aproximadamente 2 mil hectares, o que é equivalente ao tamanho de 14 mil campos de futebol.
Por meio de nota, a Braskem informou que solicitou a autorização de pesquisa para identificar possíveis reservas de sal na região, recebeu autorização da ANM, iniciou levantamento de dados e vai planejar os próximos passos do trabalho. A empresa reforçou que tem o compromisso de não extrair sal-gema em áreas urbanas de Alagoas (confira a nota na íntegra ao final do texto).
A exploração de sal-gema realizada pela Braskem foi apontada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) como a causa das rachaduras nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto.
O que se sabe sobre as rachaduras
Os moradores gritavam “fora Braskem” durante a ação na orla de Paripueira. O movimento foi organizado por integrantes do grupo S.O.S Litoral Norte, que explicaram que querem vetar a entrada da empresa na região para explorar sal-gema.
“Estamos acompanhando de perto toda a movimentação em torno da situação nos bairros de Bom Parto, Bebedouro e do Pinheiro. Os moradores estão travando uma luta extremamente desgastante para conseguir as indenizações após a condenação dos bairros”, disse Tânia Santiago, uma das líderes do movimento.
De acordo com o S.O.S. Litoral Norte, a ação de conscientização foi realizada para alertar moradores, visitantes, turistas e proprietários de bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais sobre as consequências sociais e econômicas da exploração da sal-gema na região.
“Não podemos deixar acontecer uma tragédia anunciada na região. Todos estão acompanhando o sofrimento que moradores do Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro estão passando no momento. Algo sem precedente com a perda de suas moradias, meio de vida com os negócios e a perda do convívio com amigos e familiares que moravam próximos”, enfatizou Tânia.
Este foi primeiro ato promovido pelo S.O.S. Litoral Norte desde a solicitação da Braskem para a pesquisa mineral no Litoral Norte. O grupo informou que estuda impetrar uma Ação Popular na Justiça, além de se reunir com o Ministério Público do Estado para obter informações de diretrizes legais sobre a questão ambiental.
Nota da Braskem
A Braskem solicitou à Agência Nacional de Mineração (ANM) autorização de pesquisa para identificação de potenciais áreas de reservas de sal em Ipioca (região norte de Maceió), Paripueira e Barra de Santo Antônio. Essas áreas foram definidas a partir de informações geológicas já existentes. Após autorização da ANM, iniciou-se o levantamento de dados a partir de trabalhos anteriormente realizados na região aos quais a Braskem teve acesso. Após a avaliação destas informações, será realizado o planejamento dos próximos passos que incluem as atividades de campo que possibilitarão identificar a correta localização das reservas de sal. A Braskem reforça o compromisso de não extrair sal-gema em áreas urbanas de Alagoas.
Moradores de Paripueira em ato contra futura atuação da Braskem no Litoral Norte de Alagoas
Arquivo Pessoal
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