Plano de volta às aulas presencias em AL ainda não está definido, diz Secretaria da Educação
Governador tinha afirmado que data para início da retomada gradativa seria definida até o final de setembro. Redes pública e privada de ensino continua com aulas suspensas e sem previsão de retorno
Valdir Rocha
O Governo do Estado ainda não apresentou o plano para retomada gradativa das aulas presenciais nas redes pública e privada de ensino, suspensas desde março por causa da pandemia do coronavírus. A expectativa era de que isso fosse feito até a quarta-feira (30), conforme anunciou o governador Renan Filho em sua última entrevista coletiva à imprensa.
Durante a explicação da mudança do estado para a Fase Azul do Distanciamento Social Controlado, o governador afirmou que a retomada estava sendo discutida e que um plano seria apresentado até o final de setembro para começar a retomada por cursos profissionalizantes, cursinhos pré-vestibular, ensino superior e cursos específicos, de línguas ou matérias pontuais que tenham um número menor de alunos.
O G1 entrou em contado com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e foi informado de que não há nenhuma novidade e que o plano de volta às aulas presencias segue em discussão.
Já a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que existe um grupo de trabalho no governo que reúne Gabinete do Governador, Gabinete Civil, Seduc, Sesau e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas (Sedetur) sobre as definições das próximas etapas do distanciamento social controlado, mas que não é a Sesau quem define ou coordena o avanço nem as permissões.
A suspensão das aulas presenciais foi determinada pelo governo de Alagoas como forma de evitar o contágio pelo coronavírus entre alunos e professores. Em Maceió, as aulas foram suspensas quando Alagoas tinha 1 caso confirmado e 16 casos suspeitos, no mesmo dia a Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência em saúde pública em decorrência da pandemia.
Seguindo a mesma recomendação as escolas privadas anteciparam o recesso escolar do meio do ano para março e desde então, mais de 300 escolas da capital estão sem aulas segundo o Sindicato das Escolas Particulares.
O governador Renan Filho afirmou que a discussão para retomada das aulas levaria em consideração também o plano de segurança apresentado pelas escolas particulares.
Famílias divergem sobre a volta às aulas
Enquanto a situação ainda está indefinida, pais, mães e responsáveis tentam se virar como podem para manter a rotina de estudos de crianças e adolescentes. Mas não há consenso sobre a segurança em mandar os filhos de volta para as escolas.
Ariana Gomes é mãe do Luiz, aluno do 5º ano de uma escola particular na capital, e acha necessária a retomada das aulas presenciais por causa do rendimento e do desempenho nas aulas.
“Eles não estudam da mesma forma como se estivessem na escola, é complicado exigir essa seriedade deles. Atrapalha, porque gera uma ansiedade para que venha a vacina, para tudo tentar se normalizar, para que nossas crianças tenham a rotina da escola. Meu filho diz que prefere ir à escola, que lá estuda bem melhor”, afirma Ariana.
Mas há quem discorde das aulas presenciais nesse momento. “Não estou na expectativa para o retorno das aulas e nem concordo em voltar. Essa demora não atrapalha de maneira alguma porque já estamos há quase cinco meses, entrando sexto mês sem aula e estamos nos virando em casa no que podemos. Estudando também, aperfeiçoando nosso aprendizado para ensinar aos nosso filhos. Por mim, as aulas só voltariam no ano que vem, com vacina contra a Covid-19”, Marcélia Leite, mãe de dois estudantes, Miguel e Matheus.
Quem tem filhos em estágios diferentes da vida escolar fica mais indeciso sobre a situação. É o caso de Anna Christini Quintella, que tem uma filha no ensino médio e outra no ensino fundamental.
“Tenho receios, e como tenho crianças em estágios diferentes, uma até mandaria, mas a outra, não. A demora nessa definição traz ansiedade para mim, pelos medos, e para as crianças, para a readaptação às rotinas e de como irão se comportar diante do novo normal, será q estarão seguras realmente?”, questiona Anna Christini.
Ela justifica a insegurança pelo desrespeito de muitas pessoas em relação às regras sanitárias. “Uma parcela da população está realmente sem se preocupar, praias e restaurantes lotados, mas nós não estamos nela, temos poucos encontros sociais, estressada com limpeza, uso de máscara, enfim, medos e dúvidas”.
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