Redução do volume de água provocou alteração em lagoa em Alphaville

Foto do Leitor CORREIO

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) realizaram uma vistoria conjunta, nessa quinta-feira (1) para monitorar a Lagoa Alphaville. No domingo, moradores do bairro fizeram um protesto contra o assoreamento da lagoa que registrou baixa no nível de água.

A redução acelerada do nível da água da lagoa por causa do rompimento da tubulação provocou a alteração da coloração da água. A ruptura fez com que a água fosse drenada para a Lagoa do Vale Encantado. O reparo foi realizado e o nível de água já voltou a subir. 

“Estamos acompanhando de perto a situação da lagoa desde o início. Vistoriamos as obras no entorno e não constatamos nenhuma irregularidade. Então, acionamos o Inema, responsável pelos recursos hídricos, e juntos foi possível ter um alinhamento técnico para as ações coordenadas entre as pastas”, explica o diretor de fiscalização da Sedur, Átila Brandão Júnior.

O empresário Edson Rocha, que mora em Alphaville há 10 anos, foi um dos que participou do protesto.

“O motivo da nossa manifestação é chamar a atenção com o que está ocorrendo com a nossa lagoa. Ela, em pouco tempo, perdeu muita água e sem nenhuma motivação aparente. Mas isso precisa de uma investigação maior por isso que nós estamos fazendo aqui esse movimento para que as autoridades nos ajudem e nos apoiem”, afirma.

Segundo ele, a lagoa chegou a perder 4,5 metros de litros de água, restando agora só 3,5 metros e meio. “Tem animais que dependem dessa lagoa, é todo um ecossistema aqui em volta do Alphaville. Ela é um presente para nós moradores. Quando a gente abre a janela e olha para ela parece que o tempo passa com mais leveza. Estamos muito preocupados porque em menos de 30 dias ela pode estar totalmente seca se continuar secando nessa velocidade”, completa.

Abaeté
Um outro protesto ambiental ocorreu também no domingo na Lagoa de Itapuã, no Abaeté. A manifestação é contra os impactos das obras de construção de uma estação elevatória de esgoto (EEE) na Área de Proteção Ambiental das Lagoas e Dunas do Abaeté.

A estação de esgoto elevado é realizada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) e pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa), com autorização do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

O caso foi denunciado ao Ministério Público, que, no início do mês de setembro, realizou uma audiência pública virtual para discutir o tema.

“Queremos a paralisação da obra para dialogar sobre outras alternativas mais seguras de saneamento para a lagoa e seu entorno”, defende a fotografa e uma das criadoras do Abaeté Viva, Fabíola Campos.

Ela defende ainda, que existem alternativas mais sustentáveis para viabilizar esta questão do saneamento na região, sem interferir no patrimônio ambiental que é a lagoa do Abaeté. “É mais viável a ligação direta na rede da Embasa, além de mais seguro, também é mais barato. Uma estação de esgoto tão próxima à lagoa é uma falta de cuidado com o local que é um santuário sagrado da natureza”.