Figurinhas carimbadas: assuntos recorrentes e noções da atualidade ajudam na prova do Enem

O estudante Walter Wallari

Quando o assunto é a prova de ciências humanas, quem vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se depara com aquela que, talvez, seja a avaliação mais densa de todo o exame. Isto porque, o teste  de ciências humanas, que será aplicada no dia 17 de janeiro, no primeiro sábado do Enem, engloba quatro disciplinas: história, geografia, filosofia e sociologia.

 São 30 os itens gerais divididos em seis grandes áreas de conhecimento que podem gerar uma infinidade de questões. Diante de tanto assunto, os estudantes precisam contar com a experiência dos professores na hora de apontar o que é fundamental dominar. Quem trabalha com Enem todo ano consegue reconhecer aqueles assuntos preferidos na avaliação e que todo ano acabam retornando em novas questões.

 A plataforma de educação SAS preparou um raio-x do exame analisando as provas dos últimos dez anos para apontar quais os tópicos mais exigidos dos alunos. No caso das ciências humanas, o pódio é composto pelos temas relacionados à Idade Contemporânea, Brasil Colônia e Brasil Império. Cada um desses assuntos já apareceu mais de 30 vezes nas avaliações passadas e merece atenção.

Apesar da facilidade na hora de apontar as repetições, os professores são unânimes em dizer que o aluno precisa estar atento e se preparar de forma completa. “O programa cobrado pelo Enem é muito denso, história sendo um dos mais densos. Os alunos precisam se debruçar sobre os conteúdos na sua totalidade. É lógico que ninguém vai saber tudo na mesma intensidade, mas precisa ter noção de tudo que pode cair. Ele não pode se deparar com uma pergunta que nunca viu, nunca estudou”, diz a professora de história Tânia Lima, que ensina no colégio Sartre.

Ela explica que as provas ainda mudam de acordo com o momento político do país “A última edição do Enem foi na contramão de tudo que estava acontecendo nos últimos anos.  A abordagem das questões, sobretudo de história, se modificou e trouxe questões mais factuais”, completa ela, destacando que Brasil Colônia, Ditadura Civil Militar e Era Vargas ainda são assuntos dos mais relevantes. 

Entre os alunos, a compreensão de que uma preparação ampla é necessária também fica clara. “Os professores costumam sinalizar os assuntos que mais são cobrados nos principais vestibulares e no Enem, e dão foco maior nas aulas. Mesmo com esse foco em determinados assuntos, eles sempre deixam bem claro que todo assunto pode ser cobrado e que é importante estudarmos tudo que é ensinado”, conta Waltter Vallari, 17 anos, estudante do terceiro ano do Colégio Módulo. 

Visão ampla
A tal preparação mais global é defendida também pelo professor Danilo Reis, de filosofia. “O importante para o aluno não é se importar se vai cair assunto A, B ou C. É válido ele estar preparado para as temáticas historicamente cobradas e mais gerais da filosofia, mas não existe assunto que caia em todo ano, até porque as provas mudam de ano em ano. Não existem assuntos certos de cair, mas aqueles assuntos mais prováveis, temas que podem de alguma maneira aparecer seja em questões propriamente de filosofia ou em complementando questões de outras disciplinas de humanas”, diz ele que ensina nos colégios Sartre, Módulo e Bernoulli. 

Danilo destaca que, em filosofia, é possível perceber blocos de assuntos que são costumeiramente repetidos na avaliação, como é o caso, por exemplo, da filosofia clássica de Sócrates, Platão e Aristóteles, mas que não adianta focar apenas nesses tópicos. “Algo muito comum de acontecer é a filosofia aparecer como base textual para representar um período histórico, em questões de literatura ou até mesmo na redação, onde filósofos costumam aparecer em citações nas propostas de texto. A história da filosofia é linear e talvez complementar. Eu não posso entender certos períodos sem entender as discussões que vêm em outros, eles se complementam”, explica. 

Apesar da necessidade de estudar tudo, os alunos contam que na sala de aula existe uma seleção feita pelo professor. “Os próprios professores sinalizam as matérias que mais caem nas provas. Como a gente tem muito assunto para pouco tempo os eles acabam passando por certos assuntos, que precisam ser dados mas não estão tanto nas provas, de forma mais rápida para poder investir mais tempo justamente nesses assuntos recorrentes nas avaliações, diz Danilo Vasconcelos, de 17 anos. 

Danilo destaca, ainda, que as tais figurinhas carimbadas acabam merecendo atenção extra, dada de forma ainda mais completa. “Existem ainda aulas específicas extras para alguns assuntos mais importantes, inclusive de forma interdisciplinar, usando professores de mais de uma disciplina de humanas. Isso é ótimo para a gente ter uma visão mais abrangente dos assuntos que são mais cobrados”, diz

Outra vantagem de saber os assuntos mais cobrados, está em atuar de forma mais específica para sanar dificuldades dos alunos. “Existem tópicos que os alunos não podem, de forma alguma negligenciar, porque são assuntos que aparecem de maneira direta nas avaliações. A gente tem que estar preparado para a matriz como um todo, mas esses assuntos que se repetem servem para acender um alerta no aluno que sabe que tem uma fragilidade neles. Porque se um aluno tem dificuldade num assunto que a gente percebe que é recorrente, essa falha pode custar caro, ele pode perder muito ponto errando essas questões”, diz o professor de geografia Cadu Oliveira, que destaca assuntos como, globalização, questões ambientais, população e domínios morfoclimáticos como os mais cobrados da sua disciplina. 

O estudante Danilo Vasconcellos (divulgação)

Atenção completa
A tal preparação mais global é defendida também pelo professor Danilo Reis, de filosofia. “O importante para o aluno não é se importar se vai cair assunto A, B ou C. É válido ele estar preparado para as temáticas historicamente cobradas e mais gerais da filosofia, mas não existe assunto que caia em todo ano, até porque as provas mudam de ano em ano. Não existem assuntos certos de cair, mas aqueles assuntos mais prováveis, temas que podem de alguma maneira aparecer, seja em questões propriamente de filosofia ou complementando questões de outras disciplinas de humanas”, diz ele que ensina nos colégios Sartre, Módulo e Bernoulli.

O professor destaca que, em filosofia, é possível perceber blocos de assuntos que são costumeiramente repetidos na avaliação, como é o caso, por exemplo, da filosofia clássica de Sócrates, Platão e Aristóteles, mas que não adianta focar apenas nesses tópicos. “Algo muito comum de acontecer é a filosofia aparecer como base textual para representar um período histórico, em questões de literatura ou até mesmo na redação, onde filósofos costumam aparecer em citações nas propostas de texto. A história da filosofia é linear e talvez complementar. Não posso entender certos períodos sem entender as discussões que surgem em outros”, diz.

 Apesar da necessidade de estudar tudo, os alunos contam que na sala de aula existe uma seleção feita pelo professor. “Os próprios professores sinalizam as matérias que mais caem nas provas. Como a gente tem muito assunto para pouco tempo, eles acabam passando por certos assuntos, que precisam ser dados mas não estão tanto nas provas, de forma mais rápida para poder investir mais tempo justamente nesses assuntos recorrentes nas avaliações”, conta Danilo Vasconcelos, de 17 anos. 

Ele destaca, ainda, que as tais figurinhas carimbadas acabam merecendo atenção extra, dada de forma ainda mais completa. “Existem ainda aulas extras para alguns assuntos mais importantes, inclusive, de forma interdisciplinar, usando professores de mais de uma disciplina de humanas. Isso é ótimo para a gente ter uma visão mais abrangente dos assuntos que são mais cobrados”, diz.

Outra vantagem de saber os assuntos mais cobrados, está em atuar de forma mais específica para sanar dificuldades dos alunos. “Existem tópicos que os alunos não podem, de forma alguma, negligenciar, porque são assuntos que aparecem de maneira direta nas avaliações. A gente tem que estar preparado para a matriz como um todo, mas esses assuntos que se repetem servem para acender um alerta no aluno que sabe que tem uma fragilidade neles. Porque se um aluno tem dificuldade num assunto que a gente percebe que é recorrente, essa falha pode custar caro, ele pode perder muito ponto errando essas questões”, diz o professor de geografia Cadu Oliveira, que destaca assuntos como globalização, questões ambientais, população e domínios morfoclimáticos como os mais cobrados da sua disciplina. 

Atualidades
Além do destaque aos assuntos, os professores chamam atenção para a importância de se preparar no que diz respeito à atualidade. Segundo os especialistas, o aluno precisa se preparar para uma outra habilidade cobrada. “O Enem busca  avaliar a capacidade de crítica e reflexão do aluno diante  do mundo que a gente vive. Geografia é o foco da atualidade no Enem. Assuntos ligados, por exemplo, a conflitos internacionais, blocos econômicos e a geopolítica como um todo são bem relevantes e que podem aparecer inclusive de forma interdisciplinar envolvendo as quatros disciplinas da prova”, diz o professor de geografia Cadu Oliveira.

A professora de história Tania Lima completa que é preciso que os alunos aprofundem suas visões sobre o que acontece no Brasil e no mundo: “Precisa acompanhar o que acontece no Brasil e no mundo, buscar informações em várias fontes, em lugares que façam uma analise mais crítica, que aprofundem mais a informação jornalística e assim vai gerando uma visão mais ampla que é necessária”.

É justamente assim que o aluno Waltter se prepara para as 45 questões de humanas: “Leio jornal, sites de notícia e vejo debates. É importante saber o que acontece no mundo e principalmente no Brasil, para que assim possa ter uma base”.

 A área de atualidades cobrada na prova abrange todas as disciplinas. “Filosofia, por exemplo, é uma matéria extremamente atual, que olha para dilemas que vieram esse ano, como é o caso da  pandemia, questões da existência humana, das relações sociais”, alerta o professor de filosofia  Danilo Lima.  

Top 10 assuntos mais cobrados
Levantamento feito pela SAS Plataforma Educacional levando em conta provas entre 2009 e 2019

Idade Contemporânea 63 questões (19,8%)
Brasil Colônia 40 questões  (12,6%)
Brasil Império 38 questões  (11,9%)
História política 29 questões  (9,1%)
Patrimônio histórico-cultural e memória 24 questões  (7,5%)
Primeira República 22 questões  (6,9%)
Idade Antiga 19 questões  (6,0%)
Idade Moderna 18 questões  (5,7%)
Identidade cultural 17 questões  (5,3%)
Idade Média 16 questões  (5,0%)

CORREIO traz fascículos para revisão
O CORREIO publica até o dia 13 de janeiro, 17 fascículos especiais do 14º projeto Revisão Enem 2020. Na semana passada o tema foi Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias.Nesta semana o caderno traz questões de Ciências Humanas e suas tecnologias. 

Com simulados online, que são disponibilizados no site do jornal (correio24horas.com.br), os conteúdos contam com uma série de questões objetivas, realizadas pelo SAS Educação, para os estudantes testarem os seus conhecimentos nas disciplinas cobradas no Enem. “É um projeto pensado para facilitar a vida do estudante nessa reta final, os conteúdos são desenvolvidos para abranger todas as 120 habilidades cobradas no Enem e os assuntos mais recorrentes nas provas, para que o aluno descubra, uma forma dele se aproximar mais da realidade do exame,  além de disponibilizar as vídeoaulas com as resoluções para que o aluno também aprenda o conteúdo que ainda não sabe”, diz o professor Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações Educacionais no SAS Plataforma de Educação

Além disso, sempre às quartas-feiras, o site Correio24horas conta com videoaulas.As aulas podem ser acessadas na íntegra no canal www.correio24horas.com.br/revisao.Reunimos em um só lugar materiais inéditos de estudo que serão atualizados semanalmente e ficarão disponíveis para serem consultados sem sair de casa, a qualquer momento, de qualquer lugar, computador ou celular. Toda quarta-feira o estudante poderá ler conteúdos especiais, assistir videoaulas e realizar simulados para testar os seus conhecimentos nas mais diversas áreas”, diz Vanessa Araújo, coordenadora de projetos do CORREIO. 

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro