Comissão técnica e jogadores vivem indefinição no sub-23 do Bahia

Contrato entre o Bahia e Dado Cavalcanti se encerra no próximo dia 20. Treinador aguarda defiição

Os últimos meses do mundo esportivo têm sido de incertezas. Sem atividades por conta da pandemia do novo coronavírus, clubes, organizações e federações têm buscado saídas para minimizar a crise e calculado os prejuízos da paralisação forçada.

No Bahia, a situação não diferente. O tricolor estima perder até R$ 60 milhões e, por isso, vem adotando medidas para amenizar a situação. O clube tem negociado contratos com fornecedores, reforçado a campanha de sócios e optou ainda pela redução salarial de atletas e dirigentes. Mas, nos próximos dias, o Esquadrão pode tomar medidas ainda mais duras.

Depois de três anos, o projeto do time de aspirantes tem futuro incerto. O clube aguarda uma resposta da CBF sobre o calendário de competições da categoria para decidir se mantém ou não a equipe em atividade. A tendência, no entanto, é a de que o Bahia siga o caminho de outras equipes do futebol brasileiro, que encerraram os trabalhos.
Este ano, o time de aspirantes estava dedicado exclusivamente ao Campeonato Baiano. Invicta na temporada, a equipe treinada por Dado Cavalcanti fez sete jogos, com quatro triunfos e três empates, mas viu o estadual ser paralisado a duas rodadas do fim da primeira fase. Além do Baianão, o time teria no calendário o Campeonato Brasileiro de Aspirantes, mas o torneio não tem realização garantida.

“A gente pode (se dar ao luxo de ter equipe de aspirantes), desde que a gente tenha calendário o ano todo. Agora estamos em um grande dilema que é a não confirmação do Campeonato Brasileiro de Aspirantes. Se não for confirmado, pode ser uma tendência a gente não dar sequência ao time esse ano. Mas estamos insistindo, esperando uma resposta, porque para nós é importante manter o sub-23, tem dado bons resultados, folga o time principal em relação aos outros campeonatos. Agora, é importante ter calendário para a continuação do projeto”, explicou o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, durante entrevista ao jornalista Jorge Nicola.

No meio deste turbilhão, jogadores e comissão técnica esperam uma definição e temem ser afetados. No tricolor desde o ano passado, Dado Cavalcanti tem contrato encerrando no próximo dia 20 e ainda não sabe se continuará. No interior de Pernambuco, onde está isolado com a família, ele revela que recebeu contatos de outros clubes, mas está esperando uma definição do Esquadrão.

“Ainda não sei o que vai acontecer. Cheguei a receber alguns convites nesse período, mas preferi cumprir o meu contrato, que está perto de terminar. Chegamos a iniciar uma conversa com o Bahia mas, com essa pandemia, temos que aguardar. Se for pra continuar, não faltará dedicação. Se surgir outra proposta, estarei ainda mais preparado por tudo o que aconteceu nesses últimos 12 meses de trabalho no Bahia”, disse ele ao Globo Esporte.

Reforço no principal

Atualmente, o elenco de aspirantes do Bahia conta com 27 jogadores. De acordo com Bellintani, caso o projeto seja mesmo encerrado, entre oito e dez atletas devem ser incorporados ao elenco principal, treinado por Roger Machado.
“Temos alguns jogadores que vão ser incorporados do sub-23, um bom trabalho do Dado Cavalcanti time que estava liderando o Campeonato Baiano com folga, jogando um futebol bom de assistir, só que mais uma vez tivemos a interrupção do trabalho. Muitos desses atletas vão ser integrados ao profissional e podem render bons frutos ainda esse ano”, garantiu o presidente. 

Nessa linha, jogadores como o zagueiro Ignácio, os volantes Edson, Ramon e Yuri, o meia Arthur Rezende e os atacantes Gustavo, Régis Tosatti, Caíque e Saldanha são os mais cotados para reforçar o time de cima.
Entre os citados, Saldanha foi o único que já foi puxado por Roger Machado para atuar no elenco principal este ano. O garoto de 20 anos entrou no segundo tempo do empate por 2×2 com o Ceará, pela Copa do Nordeste, e ganhou elogios do treinador.