Bahia teve mês de agosto com menor área afetada por seca nos últimos cinco anos

Rio São Francisco, em Juazeiro

O mês de agosto costuma ser seco em todo o resto da Bahia, exceto nas regiões de praias. De acordo com dados do Monitor das Secas, esse foi o agosto com menor área atingida pela estiagem desde 2015. Quase 62% do estado viveu a seca mês passado, mas há cinco anos ela foi ainda maior, com 68,2% do território afetado. No ano anterior, em 2016, a situação chegou ao estado crítico em que 100% da Bahia esteve em seca. 

Organizada pela Agência Nacional de Águas (ANA), a ferramenta aponta que, em muitos locais do Nordeste, a precipitação de chuvas nessa época é menor do que 20mm, enquanto no litoral, a precipitação mensal pode ficar acima de 150mm. Os dados do Mapa das Secas revelam que, até então, esse foi mesmo o mês menos úmido de 2020.

Neste agosto, quase 4% do território registrou seca grave, que é quando a população costuma ter perda de culturas ou pastagens, restrição ou até escassez total de água. Outros quase 18% passaram por seca moderada, ou seja, com danos às culturas, corrégos, reservatórios ou poços com níveis baixos e, em alguns casos, até faltas de água e restrições voluntárias de uso da água.

Além disso, cerca de 46% sofreu com seca fraca, considerada quando há diminuição do plantio por menor crescimento das culturas e pastagens. 

Em todos os estados nordestinos monitorados pelo portal, houve aumento de áreas com seca fraca, exceto na Bahia, onde foi registrada diminuição de área principalmente no Sul do estado.

Ainda conforme a plataforma, houve modificação nos impactos da seca no Extremo Norte e Oeste do estado, passando de uma duração de longo prazo para curto a longo prazo. Mas na maior parte do estado, a seca permanece com impactos de longo prazo, com exceção do Extremo Sul, onde os impactos são de curto prazo.

A Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec) elencou 51 municípios baianos que decretaram situação de emergência por causa da seca.