Universidades federais criticam redução orçamentária de 18% na educação em 2021

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em coletiva virtual nesta sexta-feira (18), voltou a defender a nomeação dos reitores mais votados em processo eleitoral das comunidades universitárias e criticou os cortes no orçamento da educação pública em 2021. Para a associação, as reduções do investimento no ensino superior federal oferecem risco para a ciência, pesquisa e educação superior pública e a nomeação de figuras que não tiveram projetos aprovados diante das comunidades universitárias que, em votação, optaram por outros nomes.
Segundo informações da própria Andifes, a perspectiva é que o governo reduza em R$ 1,882 bilhão o investimento em educação no país. Os cortes, que atingem todo sistema de educação brasileiro, condenaria o ano letivo das instituições federais de ensino superior. Edward Madureira, presidente da Andifes, universidades terão o funcionamento interrompido. “A gente vem com três anos de orçamento congelado, o que significa um orçamento decrescente. Um orçamento que significa que as universidades terminam o ano com despesas em aberto. Em 2021, vivendo com o impacto da pandemia, teremos ainda mais despesas e dificuldades. Certamente, com essa redução orçamentária, teremos interrupção de serviços essenciais, o que faria acontecer uma suspensão das atividades. Porque não dá pra funcionar sem energia, água ou segurança. Uma coisa é certa: dificilmente, alguma universidade terá fôlego, com um orçamento 18% menor, para chegar ao final do ano”, declara.
Marcus David, vice-presidente da Andifes, afirmou que as reduções terão impacto nas ações de política de assistência estudantil, o que resultaria em uma evasão de estudantes. “A redução tem impacto direto na assistência estudantil. Uma redução do orçamento de assistência estudantil implicará na suspensão de bolsas, o que pode fazer com que estudantes que ingressaram nas universidades precisem interromper o processo de formação. Isso é trágico porque as pessoas que ingressaram podem não ter condições de permanecer nessas instituições. É algo que pode comprometer o futuro das instituições de ensino superior”, argumenta.
*Sob orientação da sub-editora Fernanda Varela