Colégio Militar de BH anuncia volta às aulas presenciais; retorno será em todo o país
Alunos do grupo de risco ou que têm caso de Covid-19 na família terão que comprovar a situação por meio de documentos — ou levarão falta. Aulas tinham sido retomadas em apenas 3 unidades: Manaus, Belém e Rio de Janeiro. Colégio Militar anuncia retorno das aulas presenciais em BH
A direção do Colégio Militar de Belo Horizonte anunciou nesta quarta-feira (16), por meio de protocolo, a volta às aulas de maneira presencial a partir da próxima segunda-feira (21). A unidade tem 620 alunos.
O retorno também vai ocorrer em outras unidades do Brasil (leia mais abaixo).
De acordo com a instituição, que está sob coordenação do Exército, o retorno será escalonado. Às segundas, quartas e sextas-feiras, haverá aulas para o ensino médio. Às terças e quintas, para os oitavos e nonos anos.
Ainda segundo o documento, todos os alunos deverão usar máscaras, não poderão ter contatos físicos e deverão obedecer normas de higiene, como o uso de álcool em gel, por exemplo.
Fachado do Colégio Militar de Belo Horizonte.
Raquel Freitas/G1
A cantina da escola não funcionará e os alunos poderão levar lanche de casa ou comer o que será oferecido pelo colégio. Não haverá aulas de educação física, atividades extracurriculares e o funcionamento da banda.
Estudantes do grupo de risco ou que têm caso de Covid-19 na família terão que comprovar a situação por meio de documentos, porque senão levarão falta.
Todas as normas valem para a primeira semana de funcionamento do Colégio Militar. Depois, o protocolo será revisto pela instituição.
O G1 questionou a Prefeitura de Belo Horizonte sobre a volta às aulas no Colégio Militar, já que todas as aulas estão suspensas na capital desde março, inclusive em unidades particulares. A resposta da administração municipal foi que “a reabertura de escolas estaduais e federais é de responsabilidade dos respectivos entes” e que isso não fere o decreto de prevenção à Covid-19 na cidade.
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informou que o Colégio Militar é vinculado ao Governo Federal e, portanto, a decisão sobre seu funcionamento não passa pelo estado.
Retorno em todo o Brasil
Questionado sobre o retorno às aulas durante a pandemia, o Exército Brasileiro, responsável pela gestão dos colégios militares em todo o Brasil, disse que “o retorno às atividades presenciais ocorrerá de forma gradual, iniciando com os alunos do Ensino Médio”, em 14 colégios de todo o Brasil, sendo que três já voltaram: Manaus, Belém e Rio de Janeiro.
Segundo o Exército, “pelo seu enquadramento como estabelecimentos de ensino oficial de natureza ‘sui generis’, entende-se que os Colégios Militares reúnem excelentes condições para o retorno de seus alunos às atividades presenciais, o que ocorrerá a partir do próximo dia 21 de setembro”.
Os colégios militares de todo o país tiveram suas atividades presenciais interrompidas em 11 de março, por causa da pandemia, mas estavam com aulas remotas desde então.
“Esse meio virtual não contempla toda a complexidade que envolve o ensinoaprendizagem, em especial o contato direto dos discentes com os seus professores, essencial para o atingimento dos objetivos previstos na proposta pedagógica dos Colégios Militares. A Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial (DEPA), responsável pela coordenação, controle e supervisão das atividades dos Colégios Militares (CM), embasada nas orientações dos Ministérios da Defesa, da Educação e da Saúde, do Comando do Exército e do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), orientou o planejamento da retomada das atividades presenciais, com uma rígida vigilância sobre os protocolos sanitários previstos para essa situação”, disse o Exército.
O comunicado disse ainda que todos os colégios do sistema “estão muito bem preparados para atender às necessidades de proteção dos seus integrantes em relação à pandemia da COVID-19 e em condições de cumprir as regras sanitárias impostas”.
E listou as providências que vão ser tomadas em todas as unidades:
“Na entrada dos Colégios Militares, há postos de triagem, onde estão disponibilizados álcool em gel e/ou borrifador de álcool líquido, para higienização das mãos e de objetos; há, também, equipamentos para a aferição de temperatura. As salas de aula foram adequadas para atender às normas de sanitização, e os alunos estão sendo conscientizados para o cumprimento dos procedimentos de higienização e afastamento, como já ocorre nos Colégios Militares de Manaus, Belém e Rio de Janeiro. As instalações estão desinfectadas e são organizadas de forma que mantenham a distância mínima de 1,5 metros entre as pessoas. As portas e janelas das salas de aula permanecerão abertas durante o seu uso, possibilitando a ventilação e a circulação de ar”.
Barbacena
A Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), em Barbacena, na Região da Zona da Mata, em Minas Gerais, que registrou um surto de Covid-19 em maio, informou no dia 17 de julho que tem mais nove estudantes que testaram positivo para a doença. A confirmação laboratorial foi realizada pela Diretoria de Saúde da corporação.
Por conta do surto, os alunos entraram em férias escolares de um mês e retornaram às aulas no dia 12. A Força Aérea Brasileira (FAB) ainda não informou se os estudantes voltaram contaminados ou se contraíram o vírus na instituição.
Agulhas Negras
Com 1.784 aspirantes a oficiais nas fileiras, até 20 de junho a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) – onde são formados os oficiais de carreira do Exército – registrou 242 casos confirmados de Covid-19.
Isso significa que, na época, 13% do total de militares que cursavam a instituição de ensino superior em Resende, no Sul do Rio de Janeiro, também conhecida como “forja de líderes”, foram infectados pelo novo coronavírus. No Brasil, há 2,3 milhões de casos confirmados, o que equivale a 1% da população.