OMS: 4 milhões de profissionais da saúde foram afetados pela Covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quinta-feira, 17, que cerca de 14% dos casos globais da Covid-19, ou seja, quatro dos 29 milhões foram sofridos por profissionais de saúde. A instituição apela para que os governos adotam maiores esforços para proteger o setor, que atua no combate à pandemia. Embora o número já chega considerando alto, em alguns países esse percentual chega a 35%, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em seu discurso no Dia Mundial da Segurança do Paciente, este ano especialmente dedicado a homenagear os trabalhadores da saúde.

Na maioria dos países, os profissionais não representam mais do que 2% ou 3% da população total, então os números mostram o alto risco que eles enfrentam na atual pandemia, na qual milhares perderam suas vidas. “A Covid-19 nos lembrou do papel vital que os profissionais da saúde desempenham no salvamento de vidas”, disse Tedros, afirmando que na atual pandemia, enfrentam não apenas o risco de contágio, mas também de discriminação ou mesmo vítimas de ataques verbais ou físicos. Com a situação atual, não surpreendem os resultados oferecidos por estudos recentes citados pela OMS, segundo os quais um em cada quatro profissionais da saúde afirma ter sofrido ansiedade ou depressão durante a pandemia, e um em cada três sofreu insônia.

A OMS, em colaboração com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), lançou uma Declaração sobre a Segurança dos Trabalhadores da Saúde que inclui diversos apelos à ação dos governos. A declaração apela, entre outras coisas, ao desenvolvimento de programas nacionais de proteção destes trabalhadores, medidas legais que garantam a “tolerância zero” nos ataques aos profissionais do setor, ou melhor acesso dos mesmos a serviços de apoio psicológico. O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, acrescentou que ao lado das “condições inaceitáveis” que sofrem muitos profissionais da saúde, existe a preocupação com a escassez de funcionários no setor, que se estima que aumentará para 18 milhões ao longo desta década.

*Com Agência EFE