Trump sobre ter minimizado a gravidade da Covid-19: ‘Não quero demonstrar pânico’

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump está sendo criticado por ter mentido para a população americana quanto a gravidade da Covid-19. Em livro escrito pelo repórter Bob Woodward, o próprio mandatário confessa ao jornalista que sabia desde o fim de janeiro que o novo coronavírus era “mortal” e facilmente transmissível pelo ar, mas que minimizou a doença para não deixar o país e o resto do mundo preocupados. Nesta quarta-feira, 9, no entanto, o líder estadunidense foi indagado pela imprensa e respondeu que “não quer demonstrar pânico”, dizendo que a intenção sempre foi “mostrar liderança” e, ao mesmo tempo, agir para comprar máscaras e outros itens e restringir a circulação de pessoas vindas de países com muita contaminação, como a própria China.

No livro “Rage” (Fúria, em inglês), Woodward conta que o conselheiro de segurança nacional, Robert O’Brien, alertou Trump em 28 de janeiro sobre a gravidade da pandemia durante uma reunião ultrassecreta na Casa Branca. “Essa será a maior ameaça à segurança do país que o sr. enfrentará em sua Presidência… Essa vai ser a coisa mais difícil o que o senhor enfrentará”, revela um trecho da publicação. O republicano, então, teria reconhecido a dificuldade de controlar a propagação do vírus ao conselheiro dias depois, mas, publicamente, tratou a doença como uma gripe comum e chegou até a dizer que o vírus viria a desaparecer quando o calor chegasse no território norte-americano.

A revelação do livro pode afetar a campanha eleitoral de Donald Trump, que busca o seu segundo mandato diante do democrata Joe Biden. Por isso, também nesta quarta-feira, Donald Trump desviou o foco e voltou a criticar  a China ao dizer que o governo chinês teve sucesso em conter a disseminação da Covid-19 pelo seu território, após o problema ter surgido em Wuhan, mas não teve o mesmo êxito em impedir que o vírus se disseminasse pelo mundo.  Trump tratou do tema ao falar em evento sobre nomeações para o Judiciário. O presidente divulgou uma lista de nomes que ele pretenderia considerar em caso de vagas para a Suprema Corte, se for reeleito, e disse que seu rival, Joe Biden, deveria fazer o mesmo.

*Com informações do Estadão Conteúdo